O retorno de estudantes do 3º ano do ensino médio está autorizado pelo governo de Pernambuco a partir da próxima terça-feira (6). Mas isso não deve acontecer em algumas escolas particulares do Estado, que decidiram manter as aulas remotas. Pelo menos três instituições emitiram nota se posicionando sobre o assunto nesta sexta-feira (2), mas o número é maior, segundo o Sindicato dos Professores de Pernambuco (Sinpro).
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Entre as instituições que já se posicionaram está o Colégio Núcleo de Ação Pedagógica (NAP), localizado em Casa Forte, Zona Norte do Recife. Em nota, escola citou notícias vinculadas na mídia que tratam sobre os riscos da retomada e o posicionamento da Rede Solidária em Defesa da Vida, formada por médicos, professores e pesquisadores, especialistas em epidemiologia, infectologia e virologia de Pernambuco, que alerta para o perigo de contágio. O comunicado diz ainda que uma consulta foi feita junto aos pais e responsáveis sobre a intenção de retorno às aulas presenciais e que apenas dois alunos do 1º ano, um do 2º ano e quatro do 3º ano do ensino médio responderam que retornariam.
A consulta também foi feita junto aos professores e funcionários e, segundo a nota, "quase todos informaram fazer parte de grupos de risco e/ou conviverem em casa com pessoas em grupos de risco para a covid-19". Assim, "diante do alto risco de contaminação da comunidade escolar e de suas respectivas famílias, a direção do Colégio NAP decidiu por seguir as orientações de especialistas, e não reabrirá a escola para atividades presenciais, permanecendo com todas as suas aulas na modalidade remota, mantendo assim sua postura de defesa da vida e da saúde de todos."
A posição é compartilhada pelo Colégio Decisão, que tem unidades na Estância, Iputinga e Boa Vista. Em nota, a instituição afirma que as aulas presenciais foram suspensas, "em função da decretação do estado de greve, aprovado em assembleia virtual pelos professores da rede particular." O comunicado diz ainda que a modalidade virtual está mantida, sem prejuízo ao andamento do planejamento estabelecido pela instituição de ensino.
Localizado em Caruaru, no Agreste do Estado, o Colégio Sagrado Coração também publicou nota nas redes sociais informando que não retornará às atividades presenciais. "Outros fatores deverão ser considerados, como treinamento, acolhimento, adaptação, apoio espiritual e emocional a todos os envolvidos no processo escolar", diz um trecho.
Cerca de 200 professores das escolas particulares decidiram em assembleia virtual na última quarta-feira (30) aderir ao estado de greve. Na quinta-feira (1º), a categoria notificou o Sindicato das Escolas Privadas de Pernambuco (Sinepe) sobre o resultado através de um ofício e solicitou uma rodada de negociação. "Estamos fechando uma ação judicial contra a retomada das aulas. Várias escolas estão suspendendo as aulas presenciais, é uma situação de instabilidade", afirmou o presidente do Sinpro Helmilton Bezerra.
Nesta sexta-feira, o sindicato dos donos de escolas respondeu ao ofício, sugerindo que a negociação seja feira na próxima quinta-feira (8), às 18h, de maneira virtual. Diretor-executivo do Sinepe, Arnaldo Mendonça afirma que o patronato não fará propostas, mas ouvirá os professores. "Fizemos rodadas de negociação anteriormente e é estranho que dois meses depois os professores não queiram cumprir o acordo que eles mesmos assinaram." Sobre as escolas que optaram por não retomar as atividades presenciais, o diretor destaca que é uma decisão de casa instituição. "A volta não é obrigatória. As escolas estão autorizadas a abrir, não obrigadas a isso. Se elas não se prepararam, é um direito delas", destaca.
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