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UPE tem 490 disciplinas sem professores. Alunos farão protesto

Estudantes farão um protesto, nesta quinta-feira (10), em frente ao Palácio do Campo das Princesas, para cobrar um posicionamento do governo de Pernambuco

Margarida Azevedo
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Margarida Azevedo
Publicado em 09/12/2020 às 18:10 | Atualizado em 09/12/2020 às 18:59
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UPE tem câmpus em 10 cidades de Pernambuco e deve implementar mais dois em 2023, nos municípios de Surubim e Ouricuri - FOTO: DIVULGAÇÃO

Não há, na Universidade de Pernambuco (UPE), professores para lecionar 490 disciplinas, segundo a Pró-reitoria de Graduação (Prograd). Também existe a necessidade de contratar 163 docentes, informa a pró-reitoria. O problema é tão grave que alunos resolveram fazer um protesto, nesta quinta-feira (10), para cobrar um posicionamento do governo estadual. Haverá um ato em frente ao Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife e sede do Executivo. O primeiro semestre letivo 2020, interrompido em março deste ano por causa da pandemia de covid-19, será retomado em 8 de fevereiro de 2021.

Os estudantes vão reivindicar também a expansão do auxílio financeiro para comprar equipamentos digitais. A UPE concedeu R$ 1 mil para ajudar 500 alunos (R$ 500 mil no total de investimento) a comprarem computadores ou outros dispositivos, a fim de acompanharem as aulas remotas, ministradas no semestre suplementar que ocorreu de setembro a novembro. "Infelizmente o valor repassado é muito baixo, não dá para comprar um equipamento. Precisamos que o governo aumente o repasse", diz o presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Hélio Monteiro.

A falta de docentes na UPE foi denunciada no início deste ano. O primeiro semestre começou com 276 disciplinas sem professores. A instituição tem 54 cursos. Na época, a informação foi que as vacâncias ocorreram porque 147 docentes temporários não tiveram seus contratos de trabalho renovados. A Secretaria Estadual de Administração autorizou a abertura de uma seleção simplificada, o que não ocorreu. O DCE defende realização de concurso público.

Segundo Hélio Monteiro, na manifestação os alunos vão pedir também a aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). "O retorno do semestre de 2020 terá aulas híbridas. Alunos da área de saúde e das licenciaturas vão precisar dos EPIs para as aulas práticas. Esperamos que o governo repasse verbas para a UPE comprar os equipamentos e que cheguem a tempo, antes do início das aulas", diz Hélio. A universidade tem cerca de 14 mil alunos nas graduações.

Outra pauta do ato é pedir a criação de um auxílio psicossocial, pois "o ensino remoto mostrou um aumento grande no número de estudantes com sintomas como ansiedade, baixa autoestima, e outros sintomas associados à saúde mental", destaca o DCE. Os estudantes defendem ainda assistência para transporte de quem estuda nos câmpus da Zona da Mata (Nazaré da Mata e Palmares) e que terá que estudar no modelo híbrido.

O JC contactou a UPE para saber quais providências serão tomadas em relação à falta de professores, um dos motivos do protesto desta quinta-feira (10). Até a publicação desta reportagem, a universidade não tinha se posicionado. Foi perguntado também o total de disciplinas ofertadas nas graduações.

CALENDÁRIO

As aulas de 2020.1 voltarão em 8 de fevereiro e seguirão até 22 de maio, com 14 semanas de duração. O segundo semestre será de 14 de junho a 16 de setembro. Já o primeiro semestre letivo de 2021 está previsto para começar em 13 de outubro. Isso significa que os vestibulandos que participarem do Sisu e ingressarem na UPE em 2021 só iniciarão a vida universitária a partir de outubro.

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