Depois de o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmar que as inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) seriam realizadas em janeiro de 2021, uma nota oficial do Ministério da Educação (MEC), divulgada no início da noite desta sexta-feira (11), desmente a informação e diz que as inscrições serão em abril.
Segundo o órgão, o edital do processo seletivo do Sisu referente ao 1º semestre será publicado após a divulgação do resultado do Enem, previsto para sair em março, "coincidindo com a conclusão do semestre letivo de 2020 de grande parte das instituições ensino superior públicas".
As provas do Enem 2020 foram adiadas para janeiro e fevereiro por causa da pandemia de covid-19. Serão dias 17 e 24 no modelo tradicional e 31 janeiro e 7 de fevereiro no novo formato digital. Estão inscritos cerca de 5,7 milhões de candidatos.
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Na última quinta-feira (10), o ministro da Educação informou, em entrevista concedida em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, que o sistema seria aberto em janeiro. E que aceitaria notas do Enem de anos anteriores. Desde que foi criado, dez anos atrás, em 2010, o Sisu só permite que o candidato concorra com o resultado do Enem do ano anterior.
"Nós estamos marcando a questão do Sisu para o final de janeiro. Nós vamos divulgar essa semana agora o calendário, que possa aproveitar, talvez notas do Enem do passado e para as escolas privadas. Então está tudo organizado, essa semana eu devo distribuir essa informação para conhecimento da sociedade", afirmou o ministro durante inauguração do prédio de medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
APREENSÃO
A notícia deixou os alunos do 3º ano do ensino médio aflitos pois se o Sisu fosse mesmo em janeiro esses estudantes, cerca de 1,7 milhão do total de inscritos, ficariam de fora da primeira edição, uma vez que o resultado do Enem que eles vão fazer só sairá em março.
"O edital para o processo seletivo do Sisu, também referente ao 1º semestre de 2021, será publicado após a divulgação do resultado do Enem, em março, coincidindo com a conclusão do semestre letivo de 2020 de grande parte das instituições ensino superior públicas", diz a nota do MEC.
PROUNI E FIES
O MEC informou também que o Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), edições do 1º semestre de 2021, exigirão dos candidatos notas de edições do Enem anteriores à edição de 2020.
"Considerando que o início das aulas nas instituições de ensino superior privadas está previsto para ocorrer a partir de fevereiro, e para evitar maiores prejuízos aos candidatos que já possuem notas de Enem em edições anteriores, os processos seletivos do Prouni e Fies, excepcionalmente, utilizarão as notas das últimas edições do Enem, sendo a nota do Enem de 2019 a que será exigida, apenas na 1ª edição de 2021 do Prouni. Já para o Fies, a exigência continua sendo para utilização das notas das edições mais recentes do Enem, desde 2010", explica o MEC.
O edital do Prouni 2021 será lançado terça-feira (15) da próxima semana e do Fies até a a sexta-feira (18), conforme o MEC. "Tendo em vista que nas instituições de ensino superior privadas não houve atraso no ano letivo de 2020, o início das aulas de 2021 não sofrerá alterações", destaca o ministério.
DIÁLOGO
"É sabido que o adiamento do Enem ocorreu por uma demanda da sociedade, motivada pela pandemia de Covid-19. Por meio de consulta pública, o MEC estabeleceu as datas de realização do Enem 2020 e, a partir disso, foi necessário adequar os cronogramas das seleções que utilizam a nota do Enem para o ingresso na educação superior", complementa o órgão.
"Em constante diálogo com as entidades representativas das instituições de ensino superior públicas e privadas, o MEC definiu os cronogramas e as exigências quanto às notas do Enem, garantindo a execução de todos os processos seletivos previstos e, ainda, oferecendo mais oportunidades para quem deseja cursar uma graduação", destaca o MEC.
ENEM
Em Pernambuco, 315 mil candidatos farão as provas do Enem, sétimo Estado com mais inscritos no exame do País. A avaliação tem 180 questões objetivas, divididas em quatro provas (45 em cada) e aplicadas em dois dias. No primeiro, os testes são de linguagens e ciências humanas, além de redação. No segundo, matemática e ciências da natureza.
As quatro universidades públicas do Estado - UFPE, UFRPE, UPE e Univasf - e os dois institutos federais, IFPE e IF do Sertão, participam do Sisu.
Na UFPE, o ano letivo de 2021 só começará em 20 de setembro e o segundo semestre em 31 de janeiro de 2022. Na UPE, as aulas para quem for aprovado na primeira entrada de 2021 terão início em 13 outubro. Na UFRPE, ainda não foi definido o calendário de 2021, mas a previsão é iniciar também no segundo semestre do próximo ano.
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