Em meio à pandemia, pode levar lanche para o Enem 2021? O que comer no dia da prova? Veja dicas de especialistas
A alimentação pode ajudar na concentração e na sensação de bem-estar dos candidatos
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está chegando e, mais do que focar em livros e revisões, é hora de cuidar da saúde do corpo para enfrentar a maratona de provas, que tem duração de 5h a 5h30 e será aplicada presencialmente nos dias 17 e 24 de janeiro. Nesse processo, a alimentação desempenha um papel fundamental. Segundo especialistas, comer bem pode ajudar na concentração e na sensação de bem-estar. Importante lembrar que, apesar da pandemia do novo coronavírus (covid-19) e do uso obrigatório da máscara, está autorizado retirar o equipamento de proteção individual para ingerir alimentos e beber água.
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A nutricionista Vitória Pereira explica que a melhor opção para o dia da prova é investir em um cardápio rico em carboidratos complexos, porque eles irão garantir um aporte energético contínuo durante a realização do exame. "Esses carboidratos são encontrados em grãos integrais, raízes e tubérculos, assim como também nas frutas, e são absorvidos de maneira gradativa, proporcionando o fornecimento de energia pro cérebro por um período de tempo bem mais prolongado." Como os portões fecham às 11h30, a especialista indica que os candidatos não pulem refeições. "É importante investir em um café da manhã mais reforçado e não esquecer de fazer o lanche da matinal também."
Durante a aplicação da prova, também é importante se alimentar. Segundo a nutricionista, esperar a fome aparecer não é a melhor estratégia. "Comer demais pode deixar o candidato sonolento, mas não é indicado esperar a fome bater para se alimentar. É interessante fornecer energia para o cérebro continuar funcionando de maneira eficaz, então vale a pena, sim, ingerir um lanche mais saudável durante o exame e não esquecer de maneira alguma da hidratação", pontuou.
Entre as indicações para a prova estão alimentos ricos em triptofano, o qual é responsável por auxiliar na produção da serotonina, mais conhecida como o hormônio do prazer e bem estar. São consideradas boas fontes alimentares o amendoim, a castanha de caju e a banana. Além disso, o chocolate também é permitido, desde que seja do tipo amargo e consumido com moderação.
A alimentação está entre as preocupações de Maria Luiza Correia, de 17 anos, ex-aluna do GGE e fera de medicina. "Tentei manter desde semana passada uma alimentação mais regrada, me permitindo algumas regalias de vez em quando. Já cortei frituras, refrigerante e qualquer coisa que tenha muito açúcar. Tenho enxaqueca, então para evitar crises, iniciei minha preparação com antecedência para dar uma limpada no organismo." No dia da prova, ela pretende almoçar mais cedo e levar um pequeno sanduíche, chocolate e alguns chicletes para o momento do exame.
Anália Duarte, 16, ex-aluna do EREM Sizenando Silveira e fera de fisioterapia, também mudou a alimentação antes da prova. "Estou tentando regular, manter os horários e ter uma alimentação mais saudável, para conseguir me concentrar melhor", conta. "Pretendo tomar um café da manhã mais estruturado no dia e levar lanches leves para comer durante a prova", conta.
Ana Beatriz Glasner, 18, ex-aluna do GGE, afirma que a alimentação faz toda a diferença no desempenho. De olho em uma vaga no curso de matemática, ela já criou a sua estratégia. "Prefiro fazer uma refeição mais leve pela manhã e adiantar o almoço. A alimentação é algo que todo mundo deveria cuidar. É algo tão simples, que faz tanta diferença." Para a aplicação do exame, ela deve levar um chocolate meio amargo, barra de cereal e pastilhas. "Procuro levar coisas simples e práticas, que não demandem tempo e também que não façam barulho ou sujeira", completa.
As três se preocupam, no entanto, com o momento de retirar a máscara para consumir alimentos. "Fui alguns dias às aulas presenciais da minha escola e isso era uma coisa que me preocupava, o lanchar e beber água. Ao mesmo tempo, sei que se não parar para beber água, lanchar ou até ir ao banheiro, pode prejudicar o desempenho. Além de levar mais duas máscaras, vou procurar reduzir a quantidade de vezes que bebo água, como ou deixo a sala, para evitar a contaminação", conta Beatriz.
A infectologista pediátrica Alexsandra Costa orienta que cada candidato leve duas máscaras extras para eventual suor ou troca que ultrapasse 4h de uso. Segundo ela, a retirada da máscara deve ser feita somente para beber água e se alimentar, em um tempo curto. Observar se muitas pessoas na sala estão bebendo água ao mesmo tempo e ter cuidado para não contaminar a máscara nesse momento são outras orientações da especialista. "Se as normas forem cumpridas, não há temor em relação ao Enem. Mas se alguém tiver sintomas, não deve realizar a prova. Sei que todo estão ansiosos, que é algo esperado, mas se tiver febre e sintomas gripais, não realizem a prova. Estarão colocando em risco uma quantidade enorme de pessoas", pontuou.