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Apesar de prorrogar restrições, governo de Pernambuco mantém aulas presenciais nas escolas do Estado

Secretário de Saúde do Estado, André Longo disse que aulas presenciais nas escolas públicas e privadas de Pernambuco não serão suspensas

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Margarida Azevedo

Publicado em 06/05/2021 às 17:50 | Atualizado em 06/05/2021 às 19:30
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Atualizada às 19h25

O governo de Pernambuco não pretende atender a recomendação do Conselho Estadual de Saúde para suspender as aulas presenciais nos estabelecimentos de ensino públicos e privados no Estado por causa da covid-19. O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, disse na tarde desta quinta-feira (06), durante coletiva online, que as escolas permanecerão abertas para ofertar atividades presenciais.

"Não vamos adotar a recomendação do conselho. As atividades nas escolas são seguras e devem ser ao máximo preservadas, na medida em que a parada da educação é muito mais grave do que o fato de manter as atividades funcionando. Elas (as escolas) são seguras e devem ser preservadas. Educação é prioridade", destacou André Longo.

O secretário preside o Conselho Estadual de Saúde mas disse que não participou da reunião realizada quarta-feira (05) em que foi discutida a nota que traz a recomendação de suspender as aulas diante do agravamento da pandemia.

"Respeitamos o conselho, mas essa é uma decisão que cabe às autoridades sanitárias. O conselho tem autonomia para fazer recomendações. O comitê recebe de várias entidades, de pesquisadores, epidemiologistas", comentou André Longo.

Nesta quinta-feira, o governo do Estado resolveu manter as restrições no Estado em virtude da curva elevada de dados relativos à covid-19. As medidas do plano de convivência atualmente em vigor seguem sem alteração até o fim do mês de maio. 

Atualmente, todas as redes podem ofertar aulas presenciais. Mas a maioria das escolas municipais permanece fechada. No Recife e em Olinda, por exemplo, não há data ainda para reabertura das unidades municipais com ensino presencial. Em Jaboatão a volta será apenas em agosto. Na rede estadual, professores estão em greve desde 19 de abril justamente por serem contrários às atividades nos colégios diante do atual cenário da pandemia.

Há em Pernambuco 462 mil alunos das escolas privadas e 542 mil da rede estadual. As rede municipais, a maioria atualmente com aulas remotas, somam cerca de 1,5 milhão de estudantes.

REPERCUSSÃO

O presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e secretário municipal de Educação de Belém de Maria, Natanael Silva, acha que a recomendação do Conselho Estadual de Saúde é "prudente considerando o atual o momento da pandemia no nosso Estado", observa.

"Temos alertado às Secretarias de Educação quanto à importância de se consultar os profissionais de saúde quando do possível retorno das atividades pedagógicas presenciais. O cenário atual requer de todos nós muita sensatez, equilíbrio e discernimento acerca das decisões a serem tomadas, pois estamos vivendo o pior momento da pandemia", afirma Natanael Silva.

"Nos angustia perceber o quanto tem sido danoso os efeitos da pandemia na educação, em particular na educação pública. O que mais urgentemente desejamos é o retorno das atividades presenciais com nossas crianças, jovens e adultos, mas isso precisa acontecer com segurança, resguardando a proteção e o direito a vida de todos.

A Undime Pernambuco, que congrega os 184 dirigentes municipais de Educação, encaminhou ao governador Paulo Câmara e ao secretário estadual de Saúde, André Longo, solicitação para inclusão dos professores e profissionais da educação no grupo prioritário de imunização da covid-19", ressalta Nanatanel.

A coordenadora geral do Sindicato dos Professores da Rede Municipal de Recife (Simpere), Claudia Ribeiro, também concorda com a recomendação do Conselho Estadual de Saúde, embora as escolas municipais da capital permaneçam fechadas e sem anúncio ainda, pela prefeitura, de quando serão reabertas.

"O que está acontecendo hoje tem sido anunciado por algumas entidades científicas, na medida em o governo não tomou as ações necessárias como lockdown de verdade e complementação de auxílio emergencial, garantindo apenas as atividades essenciais. Manter as escolas abertas diante desse quadro é uma temeridade, é não se preocupar com a vida dos profissionais da educação, dos alunos e de toda comunidade", enfatiza Claudia.

REDE PRIVADA

O Sindicato das Escolas Particulares de Pernambuco (Sinepe-PE) diz que "se mantém no firme propósito de orientar a todas as escolas privadas a reforçar os cuidados e a observância do protocolo setorial da educação em Pernambuco".

"Entendemos e reafirmamos: é sobretudo nos momentos mais agudos de excepcionalidade que as escolas se mostram como espaços com que a sociedade pode contar para o maior controle e prevenção da saúde de toda a comunidade educacional: alunos, familiares e trabalhadores na educação. É importante observar que não há registro de surto epidemiológico da covid-19 em nenhuma escola, até a presente data", diz o presidente do Sinepe, José Ricardo Diniz.

"Continuaremos vigilantes e divulgadores das boas práticas, como educadores que somos, e continuamos na luta para que todos que militam na educação sejam tratados como grupo prioritário no processo de vacinação", complementa José Ricardo.

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