Alunos da UPE fazem ato nesta 5ª feira para cobrar repasse de recursos pelo governo de Pernambuco
Segundo Diretório Central dos Estudantes (DCE), a UPE não sabe ainda qual é o seu orçamento para 2021, apesar de estarmos no mês de maio
Estudantes da Universidade de Pernambuco (UPE) realizam um protesto, nesta quinta-feira (20), para cobrar recursos do governo estadual para a instituição. Ligada ao governo de Pernambuco, a UPE tem cerca de 14 mil estudantes em câmpus espalhados em 10 cidades. Segundo o Diretório Central dos Estudantes (DCE), apesar de já estarmos no mês de maio, a universidade não sabe ainda qual é o seu orçamento para 2021. O ato será em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do poder Executivo, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife.
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"Anualmente há uma pactuação financeira entre a UPE e a Secretaria de Ciência e Tecnologia, ao qual a universidade é vinculada. Estamos nos aproximando do final do primeiro semestre e a gestão da UPE ainda não foi chamada para discutir o orçamento", diz o presidente do DCE, Hélio Monteiro. "Outra preocupação nossa é que desde 2012 o governo de Pernambuco não vem repassando integralmente o orçamento previsto a cada ano", afirma Hélio. Ele disse que numa reunião realizada essa semana, o reitor Pedro Falcão informou que ano passado o governo só repassou 43% do total de verbas previstas para 2020 (R$ 40 milhões).
A UPE tem 54 cursos de graduação oferecidos nas cidades de Recife, Camaragibe, Palmares, Nazaré da Mata, Caruaru, Garanhuns, Arcoverde, Serra Talhada, Salgueiro e Petrolina. Com menos recursos, o DCE informa que "diversos problemas graves têm se intensificado devido à inexistência dessa pactuação orçamentária: falta de perspectivas para a construção do novo prédio da Faculdade de Odontologia, falta de recursos para pagamento do aluguel do Campus Mata Sul (Palmares), estagnação das Bolsas de Assistência Estudantil e dificuldades para manutenção geral de equipamentos e da infraestrutura geral da universidade".
"Esperávamos, por exemplo, que fosse criada a bolsa de inclusão digital este ano, o que não aconteceu, embora as aulas continuem remotas por causa da pandemia. Os alunos que estudam na FOP estão tendo aulas em três lugares diferentes: no Itep, na Cidade Universitária; no Cisam, na Encruzilhada; e no Huoc, em Santo Amaro. É um custo alto e muito cansativo", observa Hélio. "Outro problema é no câmpus de Palmares. O prédio de lá é alugado. O pagamento do aluguel é feito com recursos da própria UPE, a partir do que recebe pelo Iaupe. Mas sem realização de concursos não está entrando dinheiro", explica o presidente do DCE.
Baseado em gráficos do Plano de Desenvolvimento Institucional da UPE (2019/2023), o DCE diz que "desde 2012 o Governo do Estado não encaminha o orçamento completo da universidade. Isso reflete diretamente no DEScumprimento da Lei da gratuidade, que versa sobre o valor que a UPE deve receber anualmente, baseado na quantidade de estudantes de graduação e pós-graduação (strictu senso)".
O JC entrou em contato com a Secretaria de Ciência e Tecnologia, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno. Também procurou o reitor Pedro Falcão, mas igualmente não teve resposta.