ENEM 2021

"Adianta nada ter muitos inscritos e poucos presentes", diz ministro no Recife sobre Enem 2021 ter menor número de candidatos em 13 anos

Ministro da Educação, Milton Ribeiro, participou de evento de inauguração da nova Cinemateca Pernambucana, na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), na capital pernambucana, nesta quinta-feira (15)

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Katarina Moraes

Publicado em 15/07/2021 às 17:00 | Atualizado em 21/07/2021 às 15:22
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Em compromisso no Recife, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, comentou ao JC sobre o fato do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021 ser a edição com o menor número de inscritos em 13 anos, com 4.004.764 participantes, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (15). O chefe da pasta afirmou que análises sobre o que pode ter provocado uma queda de 44% em relação aos candidatos do ano passado só poderão ser feitas após a realização das provas, “porque adianta nada ter muitos inscritos e poucos presentes”.

Ribeiro se referiu à abstenção recorde de 2020, quando 55,3% dos inscritos faltaram à versão impressa, e 71,3% à digital, que aconteceram em janeiro e fevereiro deste ano após serem adiadas pela pandemia da covid-19. Além dos alunos doentes ou que estavam com medo de serem contaminados pelo novo coronavírus, houve também quem foi barrado no local de prova por causa de lotação nas salas. O Palácio do Planalto chegou a vetar projeto de lei que previa a isenção aos faltosos na prova do último ano.

O chefe da pasta afirmou à reportagem que a taxa é para dar “responsabilidade ao jovem com a prova”. “ A taxa não cobre as despesas do Enem, é para dar responsabilidade ao jovem com a prova. Tem provas que gastamos muito dinheiro porque alugamos salas, pagamos fiscais de prova, temos a logística, e chega na hora H, ninguém vai, porque não custa nada. Aqueles que tiveram e preencheram a condição de isenção, nós demos - não pôde ser para todos, infelizmente.

De acordo com o Inep, o número total de inscritos no exame, entretanto, só será confirmado após o pagamento das inscrições. A Guia de Recolhimento da União (GRU Cobrança), no valor de R$ 85, poderá ser paga pelos não isentos até a próxima segunda-feira (19) - o que deve diminuir ainda mais a quantidade de candidatos, visto que muitos não pagam o boleto no prazo.

Em maio deste ano, o governo federal divulgou uma redução no orçamento discricionário das instituições de ensino técnico e superior federais de aproximadamente 19% em comparação com 2020. O corte de cerca de R$ 1 bilhão logo causou reações na comunidade acadêmica, que afirmou que pagamento de despesas como energia, água, material para laboratórios, assistência estudantil e bolsas seriam prejudicados.

Questionado sobre isso, o ministro afirmou que a pasta teve um desbloqueio de R$ 900 milhões para toda a educação, e que a redução do montante está relacionada à diminuição da arrecadação durante a pandemia. " O governo federal está fazendo tudo que é possível, só que, em um ano como esse, tão difícil e diferente, [porque] a arrecadação diminuiu. Não é que nós não quisemos participar ou dar o recurso para a escola; a prioridade do presidente Jair Bolsonaro era de que se ajudasse as crianças e a escola pública", disse, sem se referir às universidades.

A entrevista foi concedida em meio ao evento de inauguração da nova Cinemateca Pernambucana, na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), e aos lançamentos do site e livro ‘Cultura Viva do Nordeste’, do Prêmio Delmiro Gouveia de Economia Criativa - que destinou R$ 900 mil para 90 projetos e iniciativas de todo o Nordeste. No local, também foi assinado um acordo de cooperação técnica com o Instituto de Inovação e Economia Circular (IEC), do Centro de Recondicionamento de Computadores de Pernambuco (CRC-PE), para recolhimento dos eletrônicos descartados pela Fundaj.

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