Exame Nacional

Processo que trata de entrada de PF em sala segura do Enem fica sob sigilo no Inep

Policial teve acesso a ambiente reservado onde são elaboradas provas do exame nacional

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JC

Publicado em 18/11/2021 às 22:48 | Atualizado em 18/11/2021 às 22:48
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Diante das críticas de ex-funcionários do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) de que o governo de Jair Bolsonaro teria promovido uma intervenção no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a presidência Inep decidiu colocar sob sigilo processo sobre a entrada de um agenda da Polícia Federal (PF) em sala reservada do Enem. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

Um policial federal teria entrado na sala protegida, conhecida como Ambiente Físico Integrado de Segurança (Afis), no dia 2 de setembro. Isso, segundo a Folha de S. Paulo, aconteceu duas semanas após o presidente do Inep, Danilo Dupas Ribeiro, liberar “inspeção” da PF no local, o que nunca havia ocorrido.

O ofício que trata sobre essa liberação está inserido em um processo que foi colocado em sigilo pelo Inep, de número 23036.005279/2021-49. Não foi dada explicação para essa restrição.

A Polícia Federal afirmou à Folha que ao menos desde 2017 recebe solicitações do Inep para a realização de vistorias na gráfica responsável pela impressão das provas, mas não fez menção à sala segura em relação a anos anteriores.

A corporação disse que a inspeção realizada no espaço reservado na atual edição do Enem se referiu à "segurança do ambiente, dos equipamentos, do controle de acesso, dos níveis de segurança de acesso", entre outros aspectos.

Presidente

Em meio à crise, o presidente do Inep, Danilo Dupas, voltou a negar qualquer risco quanto à realização do Enem, marcado para os dias 21 e 28 deste mês.

“O Enem 2021 será realizado normalmente. Não há qualquer risco às aplicações”, disse Dupas, que participou de um audiência pública no Senado para tratar do tema.

Na semana passada, o presidente do Inep já havia comparecido à Câmara dos Deputados também para falar sobre as exonerações no instituto. Ao todo, 37 servidores ligados a cargos em comissão voltados para a realização do Enem e de outras avaliações pediram exoneração de suas funções.

Ao abordar novamente a questão, Dupas repetiu o que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou: que não há interferência política na elaboração do Enem. Segundo Dupas, as exonerações estão relacionadas a questões administrativas e não com as provas do Enem.

"As provas foram montadas pela equipe técnica seguindo a metodologia que vem sendo adotada, a Teoria de Resposta ao Item (TRI). A prova possui um conjunto de questões de diversos níveis de dificuldade que são calibradas para garantir um certo nível de prova. É comum, portanto, que durante a montagem da prova tenha itens que são colocados e itens que são retirados justamente para garantir o nivelamento das provas”, justificou.

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