COLUNA ENEM E EDUCAÇÃO

"A simples troca de ministro está longe de resolver os problemas da educação, diz Todos pela Educação sobre saída de Milton Ribeiro

Diante das denúncias de favorecimento na liberação de verbas federais mediante pagamento de propinas, ministro da Educação Milton Ribeiro pediu exoneração do cargo nesta segunda-feira

Margarida Azevedo
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Margarida Azevedo
Publicado em 28/03/2022 às 19:15
BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
Milton Ribeiro foi o ministro da Educação que mais permaneceu no cargo, até agora, no governo Bolsonaro - FOTO: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
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A saída de Milton Ribeiro do Ministério da Educação (MEC), nesta segunda-feira (28), diante das denúncias de liberação de verbas federais por meio de negociações junto a pastores, está longe de resolver os problemas da educação brasileira. Para o Movimento Todos pela Educação, o atual governo federal "tem conduzido uma gestão educacional marcada pela falta de planejamento, descontinuidade de políticas relevantes, ausências e omissões, perante os desafios brasileiros, e enfraquecimento institucional do MEC e suas autarquias".

Por meio de nota, o Todos pela Educação ressaltou que "a simples troca de ministros está longe de resolver o problema. Ao contrário, a mudança não pode simplesmente ser uma saída para evitar maior desgaste ao presidente Bolsonaro em ano eleitoral e servir tão-somente para esfriar o tema e as investigações. As denúncias que levaram à queda do ministro precisam ser devidamente apuradas até o fim, com a responsabilização de todos os eventuais envolvidos", diz a entidade.

E continua: "É um ultraje que recursos tão necessários para a Educação, profundamente impactada por quase dois anos de fechamento das escolas durante a pandemia, possam servir a objetivos eleitoreiros do presidente da República. Há muito o que ser feito na Educação Básica e, infelizmente, isso não tem sido prioridade para o Ministério da Educação", destaca o Todos pela Educação.

O movimento enfatiza ainda que a atual gestão federal "promove o avanço de pautas extremamente preocupantes (como a educação domiciliar e a militarização das escolas) e conflitos frequentes com Estados, municípios, Congresso Nacional e outros atores do setor educacional".

E critica a atuação do MEC: "Já são mais de três anos que deixaram evidente que a prioridade do MEC neste governo está longe de ser a formulação e a implementação de políticas públicas que busquem a melhoria da qualidade da educação".

Sobre o futuro, o Todos pela Educação afirma que "um próximo governo terá dificuldades adicionais tendo em vista o desmonte, a ineficiência e o uso distorcido da pasta para propósitos não educacionais promovidos nos últimos anos".

Por fim, a nota da entidade destaca que "sem uma gestão qualificada no MEC até aqui, parece pouco plausível que possamos ter um quadro diferente após a saída de Milton Ribeiro. Resta-nos seguirmos firmes na cobrança das investigações e no alerta contra os equívocos permanentes que têm marcado a condução do MEC sob Jair Bolsonaro".

 

 

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