Mesmo sem ter dinheiro para pagar todas as contas até o final deste ano, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) vai iniciar o primeiro semestre letivo de 2022 na data programada, a próxima segunda-feira, 7 de novembro. Mas com restrições como, por exemplo, a não realização de aulas práticas até dezembro. Somente na graduação existem cerca de 13 mil alunos. Há mais três mil na pós-graduação.
A decisão de manter o calendário acadêmico - já defasado em quase um ano por causa da pandemia de covid-19 - foi aprovada pelos três conselhos existentes na Rural. Membros dos Conselhos Universitário; de Ensino, Pesquisa e Extensão; e de Curadores se reuniram na manhã desta terça-feira (01) para decidir se o ano letivo iria mesmo começar no dia 7, o que foi aprovado por unanimidade, segundo o reitor Marcelo Carneiro Leão.
"Iniciaremos no próximo dia 7, mas com limitações. Aulas práticas, por exemplo, não vão ocorrer este ano. Tiramos também todos os porteiros até o final do ano, mas mantemos os vigilantes. Outra ação foi diminuir a quantidade de motoristas", explica Marcelo Carneiro Leão. Outra ação será suspender a compra de equipamentos e material como insumos para laboratórios.
A UFRPE é formada por cerca de 22 mil pessoas entre alunos, professores, técnicos e profissionais terceirizados. Há câmpus em quatro cidades pernambucanas: Recife, Cabo de Santo Agostinho (Região Metropolitana), Belo Jardim (Agreste) e Serra Talhada (Sertão). Tem ainda o Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas, que fica em São Lourenço da Mata, no Grande Recife.
DÍVIDAS
O reitor informa que fechará 2022 com uma dívida de cerca de R$ 9 milhões. "O déficit era maior, aproximadamente R$ 14,5 milhões. Mas reorganizamos ainda mais as contas e conseguimos chegar a R$ 9 milhões", afirma Marcelo Carneiro Leão.
Contas de energia e água destes dois últimos meses de 2022, por exemplo, deverão ser pagas somente em 2023. O reitor aposta que com o novo governo, as universidades voltem a ter recursos que foram cortados na atual gestão federal.
No meio deste ano, as federais perderam 7% dos seus orçamentos para manutenção. A UFRPE teve cortado R$ 4,5 milhões. O ano letivo de 2021 acabou em 8 de outubro.
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