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MINISTRO DA EDUCAÇÃO DE LULA: Conheça a trajetória de Camilo Santana, futuro ministro da Educação

Professor e político filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), Camilo Santana tem extensa carreira no poder público. Governou o Ceará de 2015 até março deste ano, quando deixou o cargo para concorrer ao Senado

Margarida Azevedo
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Margarida Azevedo
Publicado em 20/12/2022 às 12:31 | Atualizado em 20/12/2022 às 17:18
Brasília - O governador do Ceará, Camilo Santana fala à imprensa após encontro com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto (José Cruz/Agência Brasil)
Ex-governador do Ceará, Camilo Santana será o ministro da Educação do governo Lula - FOTO: Brasília - O governador do Ceará, Camilo Santana fala à imprensa após encontro com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto (José Cruz/Agência Brasil)
Da Estadão Conteúdo
É esperado ainda nesta semana que o Ministério da Educação (MEC) receba o seu novo ministro: o ex-governador do Ceará e senador eleito Camilo Santana (PT), 54 anos.
O nome de Camilo Santana foi escolhido em reunião na segunda-feira (19), à noite, em Brasília.
Além do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, estavam presentes o vice Geraldo Alckmin, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governador eleito do Ceará, Elmano de Freitas, e também a atual governadora Izolda Cela (sem partido).
Professor e político filiado ao Partido dos Trabalhadores, Camilo Santana tem extensa carreira no poder público.
Entre 2003 e 2004, ocupou o cargo da superintendência adjunta do Ibama no Ceará e, posteriormente, assumiu a secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará entre 2007 e 2010, no governo de Cid Gomes.
Sua primeira disputa eleitoral de sucesso foi para deputado federal pelo Ceará em 2010, quando foi o candidato mais votado, com mais de 131 mil votos. Após dois anos no cargo, se licenciou para assumir a secretaria das Cidades no segundo governo de Cid Gomes.
Camilo Santana concorreu ao governo do Ceará pela primeira vez em 2014 na coligação liderada por Cid juntamente com o PT, PROS e outros partidos.
Com Izolda Cela como vice na chapa, conquistou a liderança no primeiro turno e, posteriormente, venceu com 53,35% dos votos válidos na segunda etapa de votação.
A reeleição de Camilo Santana ao governo do Ceará foi com uma maior folga do que a votação em 2014.
Com 79,96% dos votos, ele conquistou mais quatro anos como chefe do Executivo cearense, para o mandato de 2019 até 2022.
Foi na sua segunda gestão que o ex-governador presenciou o motim da polícia militar do Estado que durou 13 dias.
A paralisação, considerada ilegal no País, ganhou destaque após uma ação violenta envolvendo Cid Gomes, que ao tentar invadir um quartel com uma retroescavadeira, foi atingido com dois tiros por agentes grevistas.
Sem mais ter chances de continuar como governador, Camilo Santana concorreu nas eleições de 2022 a uma vaga no Senado Federal e foi eleito com 3,3 milhões de votos.

IZOLDA CELA ERA NOME MAIS COTADO PARA O MEC, INICIALMENTE

Após pressão do PT por um nome da sigla, Lula convidou Camilo Santana para comandar o MEC.
Inicialmente, o nome mais cotado para a pasta era o da atual governadora do Ceará, Izolda Cela, ex-filiada ao PDT que saiu do partido após brigas com o grupo do ex-presidenciável Ciro Gomes.

Cotada desde a eleição de Lula para vaga e uma maiores das responsáveis pelo êxito das escolas públicas cearenses, Izolda Cela vai assumir a Secretaria da Educação Básica no MEC. O anúncio deve sair ainda nesta semana.

O nome de Izolda Cela, que era do PDT e deixou o partido este ano, não agradou uma ala do PT. Sua ligação com fundações privadas que apoiam a educação também passou a ser questionada pelo fogo amigo.
Segundos fontes, Lula queria Camilo Santana no ministério e o cearense preferia o Desenvolvimento Regional. Mas não havia espaço para dois do Ceará.
Izolda Cela, presente à reunião da decisão, compreendeu a situação política e disse a interlocutores que ficou confortável na Secretaria da Educação Básica, área em que atua há décadas como secretária de Sobral e também do Estado.
O MEC cuida também do ensino superior e da pós-graduação.
A educação básica (0 a 17 anos) deve ser a área mais importante no novo governo, após déficit de aprendizagem das crianças durante a pandemia e paralisação de programas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).
O integrante da equipe da transição e ex-secretário executivo do MEC no governo Dilma Rousseff, Luiz Cláudio Costa, é cotado para voltar ao mesmo cargo.
Ele é professor da Universidade Federal de Viçosa e ligado a Aloizio Mercadante, que foi ministro da Educação, e ao deputado Reginaldo Lopes (PT).
Costa já foi também presidente do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep) e secretário do ensino superior no ministério.

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