GEOGRAFIA

Onda de calor vai cair no Enem? Veja as dicas de especialistas para a prova

Os termômetros chegaram a registrar o aumento das temperaturas em 5ºC acima da média

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Cadastrado por

Mirella Araújo

Publicado em 29/09/2023 às 18:19
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O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um “alerta vermelho” para atuação de uma onda de calor que atingiu pelo menos 11 estados brasileiros, além do Distrito Federal, nesta semana. Os termômetros chegaram a registrar o aumento das temperaturas em 5ºC acima da média.

O fenômeno climático associado ao El Niño, e que também é reflexo do agravamento do aquecimento global, tem repercutido no país. Para os estudantes que vão fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 - nos dias 5 e 12 de novembro - é importante entender o contexto dessa temática e como ela poderá ser abordada nas provas.

O professor de Geografia Marcelo Rocha, do projeto digital EduacaPE Prepara, explica que nesse período do ano existe um calor considerado normal e que alguns lugares podem atingir altas temperaturas.

“O que está em questão é que essas altas temperaturas aconteceram num período antecipado porque coincidiu com o final do inverno e início da primavera, quando naturalmente as temperaturas não estariam tão altas”, afirma Rocha.

O professor de Geografia também pontua que ao relacionar a onda de calor com o impacto do El Niño - quando há o aquecimento das águas do Oceano Pacífico e isso impede a chegada de frentes frias no Brasil - os estudantes precisam estar atentos para o fato de que esse fenômeno está ocorrendo de forma intensificada.

“Hoje, estamos falando que ele não é um El Niño comum, ele está criando um obstáculo gigante, segurando as massas de ar frio que atingem o Sul do país, até chegar na região Central. Ele já aconteceu outras vezes, mas estamos vivenciando um fenômeno intensificado. E aí essas mudanças bruscas e esses eventos extremos estão associados à questão do aquecimento global. É inegável que as temperaturas do planeta estão relativamente mais altas, em 2023 tivemos vários picos de altas temperaturas. Essa onda de calor atingiu Europa, Estados Unidos, alguns lugares na Ásia e agora chegou no Brasil, embora de natureza similares, mas não com a mesma causa”, disse o docente.

Também vale ressaltar para os estudantes, que no Brasil existem dois efeitos provocados pelo El Niño, o aumento das chuvas e a queda de temperaturas atingindo as regiões Centro-Sul do país. Já no Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste esse efeito é o contrário.

Mas não adianta só saber escrever a situação, entre competências cobradas na prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias, o candidato deve analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio. Isso vai exigir uma visão mais crítica sobre as questões a serem desenvolvidas.

IMPACTOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E AMBIENTAIS

Para a professora de Geografia Amália Guimarães, do Colégio Saber Viver, os estudantes precisam entender o contexto dos impactos sociais, ambientais e econômicos, que fenômenos como as ondas de calor intensas podem afetar as regiões.

“Sabemos que milhares de pessoas morrem com as ondas de calor e isso é realmente muito grave. Para se ter uma ideia, a Organização Mundial de Saúde distribui cartilhas de enfrentamento dessas ondas. Depois tem a questão econômica que faz com que haja na agricultura, a quebra de safras agrícolas, a partir do momento que há essa quebra, vamos ter uma menor produção com aumento do preço do produto", disse a professora

"Isso potencializa a crise da segurança alimentar no mundo. As ondas de calor ou qualquer fenômeno climático devem ser trabalhados dentro dos seus impactos. Claro, é importante preparar os alunos para saber a causa, como esses fenômenos são formados e quais são seus efeitos”, esclarece Amália.

Ainda segundo a professora do Colégio Saber Viver, especialistas apontam que o El Niño poderá ser prolongado até 2024, o que se torna um alerta para as questões relacionadas à água. “Sabemos que a água neste país é fundamental para a produção de energia, então sempre fica um alerta da crise energética, que é outro assunto que pode vir contextualizado na prova”, reforça.

Como dica, a professora Amália Guimarães diz que os estudantes que estão se preparando para o Enem 2023 devem entender os impactos não só do El Niño, mas do fenômeno climático El Niña, que é quando o oceano Pacífico Equatorial está mais frio do que a condição média histórica, tendo uma noção de espacialidade. Ou seja, onde eles ocorrem e quais são as áreas de maior risco.

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