Em greve, professores de Quipapá cobram cumprimento do reajuste salarial
Nesta quarta-feira (13), professores, profissionais da educação, alunos e familiares, participam de uma caminhada para protestarem contra a ausência de diálogo com a prefeitura
Professores do município de Quipapá, na Mata Sul de Pernambuco, declararam greve por tempo indeterminado em razão do descumprimento da legislação municipal (Nº 1308/2023) que concedeu o reajuste salarial para a categoria.
Nesta quarta-feira (13), professores, profissionais da educação, alunos e familiares, participam de uma caminhada pelas ruas da cidade em direção à Câmara Municipal. Eles protestam contra a ausência de diálogo por parte da Prefeitura de Quipapá com relação as demandas reivindicadas por toda comunidade escolar. Até o momento, o Executivo não teria encaminhado nenhuma proposta de negociação para a retomada das aulas, que estão paralisadas desde o dia 7 de março.
"Desde o ano passado, nós estamos lutando pelo pagamento do piso salarial dos professores, mas não conseguimos. A Câmara aprovou uma lei e colocou uma emenda dando direito do reajuste para todos os professores, cumprindo com o Plano de Cargos e Carreiras. Apesar do veto do prefeito, a Mesa Diretora promulgou essa lei, que está vigente, mas até agora esse valor não foi repassado e estamos sem o reajuste de 2023 e de 2024", explicou Marivaldo Cândido, um dos diretores do Sindicato Único dos Profissionais do Magistério Público das Redes Municipais de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinduprom-PE).
Vale destacar que o percentual do piso para 2023, foi de 14,95% e, para este ano de 2024, é de 3,92%. Os professores também estão reivindicando a gratificação de Difícil Acesso, que é referente a 10% da remuneração dos profissionais, e deixou de ser paga desde 2021.
"Estamos em greve porque nossos direitos estão sendo negligenciados. Exigimos respostas concretas da Prefeitura para garantir a valorização da nossa categoria e a qualidade da educação em Quipapá”, afirmou a professora Nadja Paulino.
A rede municipal de Quipapá possui cerca de 3.235 alunos matriculados até o ano passado. O Sinduprom-PE assegura que a paralisação das aulas não acarretará em prejuízo para estes estudantes, porque os professores se comprometem em realizar a reposição das aulas.
"Nós também estamos lutando pela questão de um transporte de qualidade, eficiente e seguro para os nossos alunos. Alguns ônibus estão quebrados, não existe uma manutenção preventiva. Nós também estamos lutando por uma merenda melhor, com valor nutricional para os alunos, além da melhoria da infraestrutura das escolas", declarou Marivaldo Cândido.
RESPOSTA DA PREFEITURA DE QUIPAPÁ
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Quipapá, administrada pelo prefeito Genivaldo Timóteo, conhecido popularmente como 'Pité', por meio da Secretaria de Educação, comandada pelo secretário Jeferson Salustiano.
De acordo com a Assessoria de Comunicação da pasta, por ora não será emitida nenhuma nota de esclarecimento sobre a greve dos professores no município. O Executivo aguarda o posicionamento da Justiça com relação a constitucionalidade da Lei 1308 /2023, que dispõe sobre o reajuste salarial do piso do professores do magistério da educação básica e faz alterações no Plano de Cargos e Carreiras.