Professores e pais da Escola Municipal Novo Mangue, localizada na comunidade do Coque, no bairro de Joana Bezerra, área central do Recife, estão preocupados com o problema de climatização das salas de aula. Apesar de os ambientes serem equipados com ares-condicionados, a rede elétrica da unidade escolar não comporta o uso simultâneo dos aparelhos.
“No dia 8 de abril, houve um incêndio mesmo, a parede ficou toda queimada, o teto de PVC derreteu e deixou todo mundo em alerta, mas não é a primeira vez que isso acontece. Nessa quarta-feira (18), quando o Simpere fez uma visita à escola, as professoras disseram que sentiram cheiro de fio queimado, quando um profissional detectou que a tomada do ar-condicionado estava derretendo em outra sala”, alertou a presidente do Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere), Jaqueline Dornelas.
Ainda segundo a dirigente, em entrevista à coluna Enem e Educação, os alunos que estudavam na sala que acabou sendo atingida pelo incêndio também, tiveram que ser transferidos para a biblioteca da escola, que não possui ar-condicionado funcionando.
“A Prefeitura do Recife diz que é um problema que a Neoenergia precisaria resolver e esta, por sua vez, diz que é a prefeitura que precisa resolver o problema. O que nos foi informado é que é necessário que seja instalado uma subestação no local”, destacou a professora.
Alunos e professores têm se queixado do calor e da insegurança com relação as instalações elétricas da escola. “A maioria das salas estão funcionando com as janelas abertas, porque você sabe que quando é decidido que um ambiente será climatizado, ele precisa ter sua estrutura modificada, então as salas não tem ventilação natural e nem ventiladores suficientes para dar conta”, disse Jaqueline Dornelas.
MPPE SERÁ ACIONADO
Na próxima semana, o Simpere irá acionar o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para entregar um dossiê com textos, imagens e vídeos relatando os problemas identificados pela ação “Mobilização nas Escolas”, para que providências possam ser tomadas com relação a estas questões.
A presidenta do sindicato citou ainda um outro episódio semelhante, mas desta vez na Escola Arquiteto Alexandre Muniz, no Alto do Reservatório, em Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, em que também ocorreu um incêndio causado por um curto-circuito. A unidade ensino inclusive, havia passado por uma requalificação durante um ano e meio, e foi entregue à comunidade escolar no dia 15 de março. Três dias depois ocorreu o incêndio.
“Não é uma questão episódica, muitas das escolas que passaram mais de anos sendo reformadas, estão apresentando problemas na capacidade da rede elétrica. Há escolas que estão funcionando no esquema de rodízio das aulas. Nós vamos ao Ministério Público para que a gente converse sobre essa situação”, afirmou a presidente do Simpere.
Os representantes da categoria destacam que não são contra a requalificação das escolas da rede municipal do Recife, mas que é necessário a garantia do acompanhamento junto às empresas contratadas para prestarem esse serviço para que haja planejamento e fiscalização das obras entregues.
RESPOSTA DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
A coluna Enem e Educação entrou em contato com a Secretaria de Educação do Recife para solicitar esclarecimentos sobre as situações pontuadas pelo Simpere. Por nota, a pasta informou que "os incidentes apontados se tratam de casos pontuais".
"A gestão mantém uma comunicação ativa com a Neoenergia, buscando assegurar o pleno funcionamento das unidades escolares e reuniões frequentes são realizadas com a concessionária de energia, reafirmando o compromisso da gestão com a qualidade e eficiência dos serviços prestados", diz o posicionamento.
"Em relação à Escola Arquiteto Alexandre Muniz, localizada no Alto do Reservatório, em Casa Amarela, o equipamento afetado foi identificado e substituído, garantindo a continuidade das atividades educacionais sem maiores transtornos. Com relação à Escola Novo Mangue, na Ilha de Joana Bezerra, já foi formalizado, junto à Neoenergia, a solicitação para a instalação da subestação necessária para garantir a regularização da infraestrutura elétrica na unidade escolar", finalizou a nota.