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Enem e Educação

Por Mirella Araújo e equipe
REFORMAS

Obras de requalificação em escolas da rede municipal do Recife provocam rodízio e aulas remotas

Na Escola Municipal Almirante Soares Dutra, no Cabanga, que atende crianças neurotípicas, as aulas são ministradas em formato de rodízio

Cadastrado por

Mirella Araújo

Publicado em 12/08/2024 às 16:37 | Atualizado em 12/08/2024 às 16:51
Segundo a Secretaria de Educação do Recife, os esquemas de rodízio são parciais em algumas turmas a depender da estrutura das escolas que estão em processo de requalificação - @MangueAction

Desde o final do segundo semestre de 2022, várias escolas da rede municipal de ensino do Recife estão passando por um processo de requalificação. No entanto, professores e estudantes reivindicam celeridade na entrega dessas obras, pois várias unidades continuam funcionando em esquema de rodízio e com aulas remotas. Isso inclui, segundo o Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere), as crianças que estão na etapa de creche (0 a 3 anos) e na pré-escola (4 e 5 anos).

“As próprias escolas tiveram que procurar alternativas para minimizar os prejuízos no desenvolvimento pedagógico dessas crianças. Quando você estabelece que irá realizar reformas em período letivo e não prioriza condições de trabalho nem outro espaço para que aquela unidade de ensino funcione corretamente, as alternativas que são apresentadas são de rodízio e aulas remotas. O que a gente sabe que não funciona para as crianças menores”, explicou a coordenadora geral do Simpere, Jaqueline Dornelas, em conversa com a coluna Enem e Educação no início deste mês.

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A dirigente reforça que o sindicato tem feito um apelo à Prefeitura do Recife para que, se o processo de requalificação for demorado, o Executivo possa alocar outro espaço para que as aulas ocorram de forma regular. “Se for a curto prazo, mesmo com os prejuízos de aprendizagem, é possível funcionar com o esquema de rodízio das aulas. O problema é que tem escolas que começaram a ser reformadas em 2022, passaram o ano de 2023 inteiro com obras e só foram reinauguradas em abril deste ano”, alertou Jaqueline Dornelas.

O Simpere tem feito denúncias,sobre a situação que as escolas enfrentam, como o que ocorre na Escola Municipal Antônio Tibúrcio, localizada no Alto Santa Teresinha. “Aqui está um verdadeiro canteiro de obras. Nós temos a obra dentro mesmo da unidade escolar e várias salas de aulas já estão vetadas e só há duas que estão funcionando para rodízio de duas turmas por turno. São turmas que não têm aula presencial e estão com aulas remotas”, disse a professora e secretária de finanças do Simpere, Andrea Batista. Com o barulho e a poeira levantada em virtude da obra, os docentes se queixam sobre a falta de condições para trabalharem.

Cenário parecido com o encontrado na Escola Municipal Almirante Soares Dutra, no Cabanga, que atende crianças neurotípicas e está em reforma desde março de 2023. “Encontramos um cheiro de tinta forte, poeira, muito barulho, e tudo isso prejudica a aprendizagem das crianças. Das nove salas, apenas quatro estão funcionando, o que coloca para a gestão, professores e estudantes a condição de rodízio. Então cada turma, dependendo da semana, tem dois ou três dias de aulas presenciais”, criticou a coordenadora geral do Simpere.

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PROGRAMA ESCOLA NO GRAU

No dia 1º de agosto, a coluna Enem e Educação já havia entrado em contato com a Secretaria de Educação do Recife, questionando quantas escolas da rede municipal estavam em reforma e com aulas remotas em decorrência das obras. Por nota, a pasta informou que lançou em 2022 o programa Escola no Grau, com investimentos na ordem de R$ 200 milhões.

“O programa envolve, no eixo de requalificação, 200 escolas e creches. O Escola no Grau já entregou cerca de 160 obras, contemplando novas unidades, novas sedes, ampliações, quadras cobertas, requalificações e instalação de placas fotovoltaicas, e, atualmente, 84 obras estão em andamento. É importante ressaltar que as obras de requalificação ou ampliação das unidades — creches e escolas — são realizadas em etapas, de modo que não comprometam o andamento do ano letivo”, explicou a Secretaria de Educação.

“Entretanto, durante este período, a depender da estrutura da escola, ela pode planejar esquemas de rodízio parciais com algumas turmas. Além disso, é importante frisar também que o rodízio parcial não é uma regra geral durante o andamento das obras, pois a Rede Municipal de Ensino do Recife possui, neste momento, unidades que estão sendo requalificadas ou ampliadas com o atendimento presencial de forma integral”, pontuou.

Com relação às escolas municipais Antônio Tibúrcio, localizada no Alto Santa Teresinha, e Almirante Soares Dutra, no Cabanga, a Secretaria de Educação informou, nesta segunda-feira (12), que as obras de requalificação da Almirante Soares Dutra tem previsão de conclusão no final deste ano. Já a Antônio Tibúrcio deverá ter as obras concluídas na primeira quinzena de setembro.  

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