No Recife, Escola de Referência em Ensino Médio promove simulação eleitoral para estimular jovens eleitores
Cerca 450 estudantes da escola, com idades entre 15 e 19 anos, participaram da atividade, onde os quatro professores disputaram um pleito fictício
Uma simulação eleitoral para conscientizar os estudantes sobre a importância do voto, foi realizada na Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Álvaro Lins, localizada em Nova Descoberta, na Zona Norte do Recife, nessa segunda-feira (16).
Cerca de 450 estudantes da escola, com idades entre 15 e 19 anos, participaram da atividade. Durante o evento, os quatro professores que disputaram o pleito fictício realizaram um debate para discutir suas propostas. Em seguida, os alunos foram às urnas para votar no candidato escolhido.
De acordo com as informações da Secretaria de Educação e Esportes (SEE), o projeto interdisciplinar visa oferecer aos estudantes uma experiência prática do processo eleitoral e enfatizar a importância da participação cidadã.
Os professores-candidatos tiveram duas semanas para apresentar suas propostas em uma campanha que contou com propaganda eleitoral, publicada no instagram da unidade de ensino, e distribuição de material, como adesivos.
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Escolha da melhor plataforma
Durante o debate, momento decisivo para que os estudantes escolhessem a melhor plataforma de campanha, os candidatos discutiram sobre temas como desenvolvimento social, transporte, meio ambiente, igualdade racial e de gênero e saúde.
O debate seguiu o modelo tradicional, com mediador, sorteios de temas e sorteio de dois candidatos para embate direto, com direito a réplica e tréplica. Na audiência, os estudantes garantiram o cumprimento das regras do debate, como o tempo de fala de cada candidato.
A partir do projeto, os jovens puderam experimentar todo o processo eleitoral, desde a análise das propostas dos candidatos durante a campanha até os procedimentos no dia da votação, como a identificação perante o mesário e a votação na cabine. Para a atividade, foi utilizada uma urna eletrônica feita de material reciclado.
Os jovens e a política
Idealizada pelos professores, a iniciativa surgiu a partir da disciplina eletiva “O jovem e a política dos municípios: funções de vereador, prefeito e eleitor”, ministrada pelo professor Davi Botelho, um dos candidatos da eleição simulada.
A ideia foi expandir as discussões sobre a temática para todas as turmas da escola. “Nosso corpo docente identificou a necessidade de proporcionar aos alunos uma experiência prática na escolha de candidatos e na avaliação de suas propostas, incluindo seu histórico político e realizações anteriores A iniciativa promoveu o entendimento de que é importante fazer as escolhas pensando não só no individual, mas no que é melhor para todo mundo, já que as escolhas erradas impactam o coletivo”, ressaltou Fabiane Baracho, gestora da Erem.
Ana Júlia Santana, de 18 anos, vai votar pela primeira vez nas eleições municipais de outubro e aprovou a simulação na escola para obter familiaridade com o processo. “É uma coisa muito nova pra a gente que vai votar este ano. Com essa experiência, a gente conseguiu tirar dúvidas e abrir a mente para essa nova responsabilidade”. Weydson Melo, 17 anos, também vai estrear seu título de eleitor no próximo mês. “Essa ação nos ajudou a escolher nosso candidato na eleição real. O debate de hoje, por exemplo, foi importante para analisar as diferentes respostas de cada candidato para as mesmas perguntas. Tudo que eles falam precisa ser considerado para chegarmos ao voto consciente”, considera o estudante.
Marques Leonel, professor de biologia da Erem e um dos candidatos da simulação, destaca o engajamento dos estudantes durante todo o processo. “Eles tiveram uma boa aceitação do projeto. Construir esse espaço de conscientização política foi importante para os estudantes entenderem que todas as suas escolhas futuras vão impactar dentro da comunidade e da cidade onde moram”, considera. Oswaldo Francisco, candidato e também professor de biologia, considera que o projeto reproduziu o processo eleitoral de forma pedagógica. “Oferecemos as ferramentas para que eles pudessem avaliar e escolher, na hora da votação, a proposta que provavelmente parece ser mais viável”, pontua.