Professores estaduais cobram regularização de férias e denunciam falta de planejamento na Educação de Pernambuco
A SAD havia estabelecido o prazo até o dia 10, para quitar os pagamentos pendentes dos servidores que ainda não receberam os valores devidos
Professores da rede estadual de ensino de Pernambuco continuam relatando que não receberam o pagamento referente a um terço das férias, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe).
A entidade já havia denunciado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) sucessivos erros nos pagamentos dos salários dos servidores da educação pública estadual.
"O Sintepe constatou que, embora um número expressivo de servidores tenha recebido o terço de férias, as reclamações persistem. Por isso, o Sindicato segue realizando levantamentos para corrigir a falta de pagamento aos servidores remanescentes, mesmo após a emissão de duas folhas extras", afirmou o sindicato em nota.
O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Administração (SAD), havia estabelecido o prazo até a última sexta-feira (10) para quitar os pagamentos pendentes dos servidores que ainda não receberam os valores devidos, incluindo os profissionais com um ano de exercício.
A coluna Enem e Educação procurou novamente a SAD, nesta quarta-feira (15), para pedir esclarecimentos. Por nota, a pasta informou que "todos os professores da Rede Estadual de Ensino que estão em sala de aula e que comunicaram oficialmente sobre o gozo de férias para o mês de janeiro tiveram os valores referentes a 1/3 de férias depositados", rebatendo as queixas apresentadas pelo Sintepe.
Planejamento na Educação
Os servidores estaduais também demonstraram preocupação com a saída do titular da pasta, Alexandre Schneider, anunciada na última quinta-feira (9). O secretário-executivo de Administração e Finanças, Gilson Filho, assumiu o comando da SEE-PE interinamente.
"O Governo do Estado ainda não conseguiu indicar um nome e uma equipe capazes de implementar as mudanças e melhorias prometidas durante a campanha eleitoral, mesmo com metade do mandato já cumprido e dois anos de trabalho", afirmou o Sintepe em nota.
"Falta planejamento estratégico, profissionais de Pernambuco com formação em educação e quadros técnicos na própria Secretaria para atender às demandas da gigante Rede Estadual de Ensino. O que se vê é desorganização, colocando em risco a qualidade da educação pública a menos de um mês do início do ano letivo", completou o comunicado.
Entre os problemas apontados pela entidade estão denúncias de escolas sem carteiras para os estudantes às vésperas do início do ano letivo, marcado para o dia 5 de fevereiro. "A organização do ano letivo tem sido comprometida nos últimos dois anos por problemas como a falta de recursos básicos, incluindo fardamento escolar completo, de qualidade e entregue em tempo hábil antes do início das aulas", destacou o Sintepe.
Além disso, o sindicato criticou a ausência de avanços na prometida reformulação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), apesar de um Grupo de Trabalho (GT) formalizado pelo Executivo.
"O processo seletivo para gestores das Gerências Regionais de Educação (GREs) e das escolas estaduais foi marcado por indicações políticas, baseadas na lista tríplice, e pela interferência de deputados e prefeitos", pontuaram os servidores, exigindo um planejamento estratégico eficaz para a pasta.