Coitado do verde: no Centro do Recife, palmeira se transforma em cabide utilizado pelos sem teto, perto da Ponte Boa Vista. Foto: Alexandre Lopes.
É tão bom ter respeito à natureza... Mas nem sempre isso ocorre. Agora mesmo, a comunidade tenta preservar 40 árvores que estão marcadas para morrer, na Avenida José dos Anjos, no bairro do Arruda, onde a Prefeitura está implantando obras de requalificação do Canal do Arruda. Os serviços, avaliados em R$ 83 milhões, devem ser concluídos no próximo ano. Há previsão de implantação de ciclovias, praças e outros equipamentos urbanos. O problema é que, só no primeiro trecho, de apenas 345 metros de extensão, está prevista a destruição de 40 árvores. A briga está grande para mantê-las.
Nem sempre, no entanto, há respeito ao verde. No Recife, chega a 30 por cento o percentual de árvores plantadas - normalmente mudas - que são vítimas da ação de vândalos. Há outros exemplos de desrespeito, inclusive no Centro da Cidade, sem que as autoridades nada façam para evitar abusos. Vejam só a situação dessa palmeira, que virou um cabide. Na Avenida Dezessete de Agosto, em Casa Forte, algumas são usadas como lixeiras. E o que dizer dos coqueiros da orla, em Boa Viagem, que têm folhas arrancadas para artesanato feito na beira mar, transformados em insetos gigantes, para vender a turistas? Tem grilo, rosa, chapéus, todos feitos com folhas verdes. No caso do Centro do Recife, está certo que os sem teto precisam de um cantinho para guardar suas coisas. Mas os órgãos públicos não deviam fazer vista grossa para uma situação dessa.Cadê a Secretaria Executiva de Controle Urbano?