Mobilidade fica atrapalhada na Região Metropolitana com tantas obras paradas: Radial da Copa (foto), Leste Oeste, Rios da Gente. Foto: Diego Nigro.
Relatora das Obras de Mobilidade no Tribunal de Contas do Estado (TCE), a Conselheira Tereza Dueire acusa "má gestão", na administração de obras viárias que deveriam ter sido concluídas no ano passado, durante a Copa do Mundo. Mas que pararam no meio do caminho. Entre estas, encontram-se os Corredores Leste-Oeste e Norte-Sul. E ainda a Radial da Copa e o projeto Rios da Gente. "Tirando o Norte-Sul, que vem se arrastando, todos os outros estão parados. É uma situação da maior gravidade", afirma. Enquanto isso, a população do Grande Recife permanece entalada no trânsito não só em ruas e avenidas, como até mesmo nas rodovias federais, sem que haja prazo para a conclusão de intervenções tão importantes para a mobilidade do Grande Recife. O problema, no entanto, não é só esse. De acordo com a Conselheira, no pacote para a Copa do Mundo, houve obra que ficou mais de 300 por cento mais cara do que o previsto no orçamento inicial.
Foi o caso do Viaduto da BR-408, cujo custo inicial seria R$ 9 milhões, mas que terminou saindo por R$ 40 milhões. Secretaria das Cidades informou, no entanto, que o elevado foi redimensionado e relocado, porque o originalmente previsto exigiria a desapropriação de pelo menos 700 imóveis. Segundo a Secid, o projeto consumado teve "outra dimensão, outra estrutura e foi em outro local". Por esse motivo, saiu tão caro. No caso da Leste-Oeste e a Radial da Copa, a Secid culpa a Mendes Júnior por abandono da obra. E na semana passada multou a empreiteira em R$ 64 milhões, pela quebra de contrato. Na ocasião, a empreiteira informou ao
JC que iria recorrer à Justiça, por considerar que a acusação foi indevida. Às voltas com o envolvimento nas acusações da Operação Lava Jato, a empresa não esclareceu os motivos que a fizeram tomar a decisão. Mas de acordo com Duere, empreiteira informou ao TCE que parou porque não lhe foi pago o que era devido. Quem tem razão provavelmente só a Justiça vai decifrar.
Outra obra paralisada, e não por culpa da Mendes Júnior é o Programa Rios da Gente, que consiste em hidrovia no Rio Capibaribe, que seria destinada ao transporte mensal de 300 mil pessoas. O Consórcio responsável pela hidrovia é o ETC-Brasília-Guaíba. A obra está orçada em R$ 289 milhões, mas até pouco tempo montanhas de detritos retiradas do rio se acumulavam à margem da BR-101, próximo ao bairro de Dois Irmãos. A dragagem, feita de forma frenética ainda no governo de Eduardo Campos (PSB), foi concluída. E nada mais foi feito. Desde o começo do ano, equipamentos enferrujam ao ar livre, naquele que foi o canteiro de obras. Mas no mês passado, todo o material contaminado - 400 mil metros cúbicos - foi removido para um aterro sanitário. E desde então, está tudo devagar, quase parando. O Rios da Gente tem somente sete pessoas trabalhando em seus canteiros. Está parado, então, ou não está?
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