Parque das Esculturas do Recife sofre com vandalismo e abandono

Publicado em 08/09/2019 às 7:37
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No próximo dia 30 será completado um ano de uma das mais marcantes tragédias urbanas provocadas pela violência na história recente do Grande Recife. Foi quando o advogado Flávio Mendes Amorim, de 47 anos, foi assassinado em plena manhã de domingo, ao andar de bicicleta – com a esposa e uma sobrinha – pelo Parque das Esculturas de Francisco Brennand, no bairro de Brasília Teimosa, Zona Sul do Recife.  Os dois criminosos que abordaram o advogado e a família levaram celulares e as bicicletas. Flávio levou um tiro no peito sem sequer ter reagido, disparado por Matheus Ribeiro Vieira Barros, de 18 anos, que ainda avisou que iria atirar. Nos autos do processo consta que Flávio pediu calma ao assaltante. Chegou a ser socorrido por um pescador, mas faleceu a caminho do Hospital da Restauração, no bairro do Derby, área central da capital. Matheus e Artur Filipe Lima de Lira, 20 anos, foram presos momentos depois do homicídio, de posse do produto de roubo. Confessaram a ação e se encontram, desde então, presos e esperando por julgamento. Para além da tragédia maior, que foi a perda de uma vida, o crime brutal escancarou o descaso com aquela que deveria ser uma das mais valorizadas áreas turísticas do Recife. No dia seguinte ao assassinato do advogado, o JC esteve no local e mostrou que o Estado – depois da tragédia – resolveu dar as caras com PMs rodando de moto por entre as esculturas de Brennand. Quase um ano depois, a situação no parque só fez piorar. O calvário começa logo no acesso a veículos, após a tradicional praia do Buraco da Velha, em Brasília Teimosa. Falta sinalização e sobram buracos. As boa parte das esculturas está danificada – pedras foram arrancadas, cabeças de pássaros, quebradas. Do gradil que deveria existir para proteger os frequentadores, apenas as toras de madeira. Pichação? Tem, em grande número. Lixo espalhado pelo local, também. O calçada foi danificada para roubo dos cabos que faziam a iluminação cênica das obras. Os poucos turistas que se arriscam a visitar a área andam desconfiados. Não há sinalização ou qualquer sinal de segurança por ali. Nada, absolutamente nada que lembre um cartão-postal de uma cidade com vocação turística. Ao menos no papel, há uma luz no fim do túnel. A secretária de Turismo da Prefeitura do Recife, Ana Paula Vilaça, garante que existe um plano para salvar o Parque das Esculturas, e que, para iniciá-lo, é preciso o componente crucial – dinheiro. “Apenas na reforma das obras de arte que foram danificadas, o custo seria em torno de R$ 2,5 milhões”. Ainda de acordo com a gestora, o projeto prevê a recuperação do pier de acesso, calçada e iluminação, além de tratativas com a Polícia Militar para intensificação das rondas no local. “O maior problema daquela área é o vandalismo. Em 2013 fizemos uma grande revitalização no parque, mas, sem fiscalização, a tendência, infelizmente, é depredarem tudo”. A secretária adianta que a prefeitura está atrás de verbas de emendas parlamentares para bancar a reforma da área. “Como o custo é alto, o serviço terá que ser feito em etapas”. É esperar.

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