Presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo avalia que seu partido, assim como o MDB, chega às eleições de 2022 num momento de fragilidade política. Em entrevista concedida à Rádio Jornal, deste Sistema Jornal do Commercio, o pernambucano defendeu a federação entre os partidos e avaliou o mau momento de João Doria enquanto pré-candidato.
Se a Federação entre o PSDB e o MDB for sacramentada, um dos partidos terá de abrir mão da cabeça da cabeça de chapa para a eleição presidencial. O pré-candidato tucano é João Doria (PSDB-SP), enquanto os emedebistas lançaram Simone Tebet (MDB-MS).
Bruno Araújo avalia a federação como um acordo focado não somente na disputa pelo Planalto. O presidente enxerga um Congresso Nacional ocupado, em 2023, por uma frente de 180 a 200 deputados do centrão. Enquanto isso, enxerga PT, junto com a federação com PSB e PCdoB, ocupando 90 a 100 cadeiras. O União Brasil deve ter 60 parlamentares, na sua previsão.
"O PSDB e o MDB são dois dos maiores partidos, que governam mais da metade da população brasileira nos estados e municípios, e dois dos partidos mais importantes do centro democrático, vão estar pulverizados em 40 ou 45 deputados cada um. Ou seja: perdemos uma força política muito relevante", avalia o deputado.
A ideia da Federação seria, dessa forma, a formação de um bloco de 90 deputados e cerca de 22 senadores. Dessa forma, Bruno avalia que os "partidos podem exercer um papel moderador, independente do resultado da eleição".
Obstáculos para a federação entre PSDB e MDB
Bruno Araújo enxerga dois grandes obstáculos para a federação acontecer: o prazo estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral e a definição do critério a ser utilizado para escolher entre as pré-candidaturas de João Doria e Simone Tebet.
"Se o prazo definido para concretizar federações for mantido para março, vai ficar difícil. Diferente do Cidadania, que seria mais fácil pelo tamanho dos partidos, um acordo entre PSDB e MDB precisa de tempo. É preciso que o prazo seja jogado, como pediram o PT e o PSB, para agosto", argumentou.
Bruno Araújo assume problemas na pré-campanha de João Doria
Questionado sobre as dificuldades enfrentadas por João Doria para crescer nas pesquisas de intenção de voto, Bruno Araújo assume o mau momento do governador de São Paulo. O pré-candidato marca, segundo pesquisa PoderData, 2%. O presidente do PSDB destaca, porém, que seus principais adversários não ocupam cargos públicos.
"João Doria tem 60 dias mais de governo, precisa das entregas institucionais e cumprir suas responsabilidades. Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) não ocupam cargo algum, não têm ponto para bater. Doria é governador do maior estado da Federação, da América Latina, precisa fazer o dever de casa para passar o governo", pontuou.
Sobre a má pontuação, ele avalia haver um descompasso entre a qualidade do Governo Doria e a visão do público sobre o pré-candidato: "É preciso entender como o governo dos melhores avaliados na história de São Paulo não reflete ainda o índice de intenção de voto".
O presidente do PSDB avalia ser o momento de focar em passar o governo e estruturar a comunicação da campanha, para entender como se reposicionar corretamente. "Claramente houve algo de errado na sua comunicação", avalia.
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