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Na Bahia, Lula manobra para ter candidatura do PSD ao governo e petista Rui Costa no Senado

Com a renúncia de senador do PT Jacques Wagner para candidatura ao governo

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Jamildo Melo

Publicado em 02/03/2022 às 10:49 | Atualizado em 02/03/2022 às 11:36
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No meio do Carnaval, na Bahia, nesta semana, o senador Jaques Wagner (PT) oficializou a desistência da sua pré-candidatura ao Governo da Bahia nas eleições de outubro. A retirada da candidatura dele não implica na retirada da candidatura do PT. A medida beneficia o governador Rui Costa (PT), que acaba o mandato e Lula planeja levar ao Senado. Para abrir espaço para mais um petista no Senado, Lula man obra para apoiar o candidato do PSD, Otto Alencar.

Uma opção do PT seria o apoio ao nome do senador Otto Alencar (PSD), que ainda resiste em concorrer ao governo e oficialmente mantém sua candidatura a um novo mandato no Senado. Neste arranjo, é que o governador Rui Costa seria o candidato a senador da chapa governista.

Como registra a Folha de São Paulo, o nome de Otto tem o aval do ex-presidente Lula (PT), que se entusiasmou com a ideia como forma de atrair o PSD já no primeiro turno da corrida presidencial.

Jaques Wagner nada perde. Ele tem mandato no Senado até fevereiro de 2027. O senador já havia informado ao ex-presidente Lula a sua intenção em não ser candidato nas eleições deste ano.

A coalizão que dá sustentação ao governo baiano, comandado pelo PT há 15 anos, é parecida com a Frente Popular. Ela é formada por PSD, PP, PSB, PC do B, Podemos e Avante.

EMERSON LEITE / DEMOCRATAS
NO PÁREO Miguel Coelho ingressou no DEM lançando pré-candidatura - EMERSON LEITE / DEMOCRATAS

Medo de perder para ACM

A avaliação entre os deputados do PL local é que a escolha de um nome de outro partido poderá resultar na derrota o grupo governista contra a difícil disputa que se avizinha contra o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil).

Crise na federação entre PT e PSB amplia chances de André de Paula no Senado, com aval de Lula

As pessoas que acompanham a política partidária nestas eleições explicam a obsessão de Lula pelo Senado pelo receio de virar uma Dilma.2, caso venha a ser eleito presidente novamente. Pernambuco não é um caso isolado. No Nordeste como um todo, a orientação do PT tem sido disputar o Senado com os nomes mais fortes e em outros casos abrir mão da disputa ao governo, em troca da vaga ao Senado.

"Lula sabe que governador e vice-governador não valem nada (em caso de um pedido de impedimento). Senado é que vale. Ele quer a maioria de candidatos ao Senado para o PT para se proteger. O cara foi cassado e preso", explicam fontes da política. "A Câmara dos Deputados pode fazer o que quiser, mas ele barra no Senado.

Hoje, o PT já tem dez. A meta é ter de 15 acima apenas do PT e assim com aliados formar uma maioria segura.

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André de Paulo - Jarbas Vasconcelos - DIVULGAÇÃO

O pragmatismo de Lula também chama a atenção. "O Gilberto Lassab pilotou a traição contra Dilma. O PSD de São Paulo é anti-lula, mas lula sabe que é importante tentar levar o centro para a chapa e vencer no primeiro turno", diz uma fonte do Blog em Brasília.

É nesta linha que o nome de André de Paula, do PSD de Kassab, não é uma carta fora do baralho, nas negociações para a formação da chapa em Pernambuco. Mesmo tendo votado em Dilma no impedimento.

No que toca ao problema em Pernambuco, internamente nada está definido. Existem três nomes na disputa, sendo eles a deputada federal Marilia Arraes, o deputado federal Carlos Veras e a deputada estadual Teresa Leitão.

 

 

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