aposta conservadora

Imagem de Bolsonaro e número do partido dele atraem candidatos conservadores em Pernambuco

Pode haver corrida para engordar o PL no Estado para quem busca se apresentar como defensor do presidente

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Jamildo Melo

Publicado em 10/03/2022 às 17:51 | Atualizado em 10/03/2022 às 18:05
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Nesta quarta-feira, um dia antes da formalização do palanque do presidente Bolsonaro, juntando Anderson Ferreira como candidato a governador e Gilson Machado como candidato ao Senado, nesta quinta, o que se ouviu no meio político local foi que muitos conservadores estavam aguardando a definição das chapas para ver em que barco pular.

A janela partidária termina no começo de abril e o mercado das trocas já estava em ebulição, mas de olho ainda para definição do palanque de Bolsonaro. Ele havia entrado no PL, mas em Pernambuco houve dúvida se o prefeito Anderson Ferreira abraçaria o presidente. Ele queria rumar com Raquel Lyra, do PSDB.

"A imagem de Bolsonaro e o número do partido, para um conservador, é muito forte. Uma coisa é o cara dizer que é Bolsonaro e estar no 14 (PTB). Outra coisa é apoiar Bolsonaro e estar no 22 (partido dele agora)", conta uma fonte do blog. "Por tudo isto, desde o começo Anderson não poderia deixar de abraçar Bolsonaro".

O número 22, aliás, estava representado pelo presidente e os aliados nas fotos desta quinta-feira. Houve quem interpretasse como paz e amor, uma espécie de Bolsonaro 2.0, sem as arminhas-mágicas de 2018, mas era apenas o número do partido.

Como um dos exemplos desta atração, nesta semana, Anderson Ferreira começou anunciando a chegada do ex-PM e deputado Joel da Harpa, de Jaboatão, evangélico. Ele estava no PP de Eduardo da Fonte, que vive com um pé em cada barco.

Outro PM, coronel e deputado Alberto Feitosa, informou hoje que deixará o PSC para entrar no PL de Bolsonaro no Estado.

Com Bolsonaro operou o milagre de juntar Anderson Ferreira e Gilson Machado, podem haver novas adesões do mesmo quilate. Os Tércios, Clarissa Tércio e Júnior Tércio, por exemplo negociavam com o União Brasil para partivcipar da chapa de Miguel Coelho, mas podem dar meia volta. Eles são hoje póximos de Gilson Machado. Apenas os próximos dias poderão mostrar se haverá impacto na campanha de Miguel Coelho.

Curiosamente, na semana passada, especulou-se que uma força tarefa de aliados conservadores iria anunciar apoio ao nome do pré-candidato do União Brasil, colocando outdoors para defender o nome do sertanejo na RMR. Deles, na segunda, só se confirmou mesmo o nome de Romero Albuquerque, que saiu do PP para aliar-se.

Aposta na guerra de costumes?

O anúncio da formalização do nome da chapa de Bolsonaro ocorre apenas um dia depois de o o presidente do movimento Endireita Pernambuco, que se apresenta como um dos principais grupos conservadores do Estado, Nelson Monteiro, ter anunciado na quarta-feira que filiou-se ao Partido Liberal para lançar-se candidato a deputado estadual. Sua ficha foi abonada pelo dirigente estadual do PL e prefeito Anderson Ferreira.

O PL disse que ele teria se destacado pelos atos em favor do presidente Jair Bolsonaro. Numa das suas falas, o ideólogo sinalizou o que deve imperar na campanha. "O Estado está sendo usurpado por uma família que não tem respeito à Igreja e à família, e apresenta índices negativos na economia. Para mudar essa realidade é preciso renovar. E quem vota em Bolsonaro vota em Anderson”, disse Nelson Monteiro. Pode ter sido coincidência ou não, a primeira atividade do candidato do PSB Danilo Cabral foi visitar o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Saburido.

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