Eleições 2022

PCdoB pode estar por trás da proposta de Paulo Câmara para o Senado

A proposta teria desagradado aos petistas e integrantes de outros partidos da Frente, que a consideram boa apenas para o PCdoB

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Jamildo Melo

Publicado em 14/03/2022 às 9:08 | Atualizado em 14/03/2022 às 20:24
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De acordo com informações dos bastidores da política local, como se não bastassem os conflitos internos do PT de Pernambuco para definir o candidato da Frente Popular ao Senado, o PCdoB tratou de aumentar as dificuldades. O que se comenta é que o deputado Renildo Calheiros foi quem apresentou a Gleisi Hoffmann, presidente do PT, o nome do governador Paulo Câmara para a disputa.

A proposta teria desagradado aos petistas e integrantes de outros partidos da Frente, que a consideram boa apenas para o PCdoB.

Se Paulo Câmara renunciar ao cargo para se candidatar, a vice-governadora Luciana Santos, presidente nacional do partido, assume o governo por nove meses. Ficam resolvidas duas situações: ela não disputa com Renildo o mandato de deputado federal e nem concorre com o marido, o deputado estadual Waldemar Borges, do PSB, a uma vaga na Assembleia Legislativa.

"É preciso resolver a vida de Lu", teria dito Renildo Calheiros a Gleisi Hoffmann.

Lu é o tratamento dado à vice-governadora por pessoas próximas a ela.

A presidente do PT ficou de conversar com o ex-presidente Lula sobre o assunto, segundo uma fonte informou ao blog.

Esse segundo movimento do PCdoB - o primeiro foi lançar o nome de Luciana Santos ao Senado, semanas atrás - é visto por petistas como uma forma de aproveitar o vácuo criado pela demora do partido em escolher o nome para compor a chapa majoritária governista.

O prazo que o PT se deu para a definição é 20 de março, domingo próximo, mas já existe quem ache que será necessário esticar a corda por mais uma semana. E deixar Danilo Cabral na chuva, só, uma vez que a escolha do vice também está atrelada ao Senado.

Os petistas se dividem entre as candidaturas das deputadas Marília Arraes e Teresa Leitão, o deputado Carlos Veras e o ex-deputado Odacy Amorim.

Marília é considerada a de maior potencial eleitoral mas enfrenta resistências do PSB, especialmente o prefeito João Campos, e de Gleisi Hoffmann, que não atende seus telefonemas desde a votação para a mesa diretora da Câmara Federal, quando Marília se lançou candidata - e venceu - contra o candidato oficial do PT; apesar dos cinco mandatos consecutivos, a força eleitoral de Teresa é muito menor, mas nem o PSB nem nenhum dos partidos da Frente Popular fazem restrições a seu nome; Carlos Veras é o candidato de Humberto Campos e dos chamados rurais, ala do PT que vive na órbita do senador; Odacy apresentou-se candidato mas muitos reconhecem que não tem chances.

Se o objetivo do PCdoB foi aumentar a pressão sobre o aliado, conseguiu, admitem alguns petistas. Se foi para tirar proveito político-eleitoral da indecisão do PT, o tiro pode ter sido no pé porque terá contribuído apenas para aumentar os conflitos que amarram a Frente e deixam o deputado Danilo Cabral sozinho nesta fase de pré-campanha.

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