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Boa notícia. Principal projeto de retrofit do Nordeste, Moinho Recife abre as portas em agosto

Em agosto de 2020, o blog informava que a recuperação do antigo moinho segue o conceito retrofit, que consiste na modernização de áreas antigas com a preservação de características da construção original

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Jamildo Melo

Publicado em 18/04/2022 às 16:19 | Atualizado em 18/04/2022 às 17:32
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O maior empreendimento retrofit do Nordeste, o Moinho Recife Business & Life, abre as portas na região central da capital pernambucana a partir de agosto, quando começa a operar. Com investimento de cerca de R$ 80 milhões, o complexo imobiliário, que reúne ambientes corporativo e residencial de alto padrão, é uma iniciativa da Revitalis, empresa que tem como sócios o Grupo Moura e membros das famílias Tavares de Melo, Paes Mendonça e Petribú. No total, serão 52 mil metros quadrados de área.

Com a remodelação, estruturas fabris foram direcionadas para uso corporativo; e os antigos silos do Moinho estão sendo transformados em dois edifícios residenciais com 251 unidades tipo studio, cuja construção e comercialização estão sendo tocadas pela construtora Moura Dubeux.

Serviços integrados

O imóvel de número 240 da Avenida Alfredo Lisboa, voltado para o mar, terá uma um mall de serviços, de circulação livre, com uma galeria coberta, calçamento ampliado, lojas com mix de restaurantes, bar, café, comércio de apoio e bicicletário com vestiários, bem como um auditório para 180 lugares, além de cinco salas de reunião moduláveis.

Na cobertura do empreendimento, funcionará um rooftop com mirante, terraços, bares e restaurantes, aberto à realização de eventos. A vista deslumbrante em direção ao Atlântico e ao porto do Recife aponta, ao norte, para a cidade de Olinda e, ao sul, para a bacia do Pina.

Outro diferencial do Moinho Recife Business & Life é o estacionamento. Funcionará 24 horas com 591 vagas cobertas, com largura de 2,30 metros, área para carga e descarga para caminhões.

O Moinho é localizado no Bairro do Recife e é o primeiro projeto a sair do papel entre os 32 empreendimentos licenciados até o momento pela Prefeitura da cidade para aquela região. "É um marco no novo boom imobiliário e comercial desta importante região histórica, cultural, turística e tecnológica de Pernambuco", afirmam os investidores.

O complexo construtivo tem suas obras em ritmo acelerado para ser aberto com configurações que podem atender a diversos perfis de empresas, proporcionando desde ambientes mais informais e descontraídos, propícios para empresas de tecnologia, até espaços com um perfil corporativo mais tradicional.

Nos 16,7 mil metros quadrados dedicados a área corporativa, distribuídos em três blocos, há a possibilidade de plantas que tanto podem ter independência de funcionamento (circulação vertical isolada), como integração horizontal, possibilitando uma laje de até 2,8 mil metros quadrados.

PCR/Divulgação
Vista do início da obra, em agosto de 2020, no Recife Antigo - PCR/Divulgação

Renovação e história

O conjunto de edificações Moinho data de 1919 (começou a ser construído em 1914) e a ideia central do projeto foi reconfigurar o uso da área histórica para um complexo multiuso, mas sem perder a identidade arquitetônica da construção. Além disso, o conceito retrofit também prioriza a execução de obras mais sustentáveis.

“É um projeto que une ousadia e respeito à história”, define Victor Tavares de Melo, um dos sócios da Revitalis.

Tavares de Melo observa que, embora centenário, o Moinho não era uma edificação tombada e enquadrava-se no “setor de renovação”.

“Ainda assim, tomamos a iniciativa de preservar a edificação em respeito ao passado”, observa.

“Nos apropriamos disso no intuito de valorizar esse contexto histórico, industrial, portuário. O prédio foi erguido por causa da movimentação no Porto do Recife”.

Além de preservar o edifício, a Revitalis guardou também uma série de equipamentos do próprio moinho, como peças, luminárias, placas de sinalização, entre outros, que serão expostas na ambientação do empreendimento.

Divulgação
Recife antigo ganha um novo equipamento turístico e imobiliário - Divulgação

Antigas estruturas fabris

De acordo com os empreendedores, a decisão de manter o caráter histórico do Moinho Recife veio com o objetivo de fazer o complexo imobiliário se conectar e dialogar com o entorno.

“Nosso propósito foi o de criar pontes. Não queríamos transformar o Moinho numa ilha”, afirma Renata Moura, também sócia da empresa, listando todo o ecossistema existente no bairro: o Porto Digital, o Centro de Estudos Avançados do Recife (Cesar), Cesar School, equipamentos focados no turismo, como as lojas do Centro do Artesanato, e da moda autoral de Pernambuco, instituições e serviços públicos como a Receita Federal, Polícia Federal e Prefeitura do Recife.

Bruno Ferraz e Roberto Montezuma, autores do projeto arquitetônico, afirmaram que a escolha pelo conceito retrofit foi natural, pois permite customizar, adaptar e melhorar os equipamentos, conforto e possibilidades de uso de prédios antigos, com a preservação de características da construção original.

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