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Compesa: relatório aponta falsos concursados e servidores fantasmas

Foram detectados falsos concursados e servidores fantasmas na estatal de água e esgoto de Pernambuco

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Jamildo Melo

Publicado em 13/05/2022 às 16:19 | Atualizado em 13/05/2022 às 22:11
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Relatórios internos da Compesa, acessados com exclusividade pelo Blog de Jamildo, relatam uma série de fraudes sistêmicas na folha de pagamento da estatal estadual de água e esgoto de Pernambuco nos últimos três anos.

O conteúdo das denúncias preocupa o Palácio do Campo das Princesas por possível repercussão dos fatos na campanha de 2022, aponta uma fonte do PSB, ouvida sob reserva pela reportagem.

A presidente da Compesa, Manuela Marinho, foi indicada para o cargo pelo ex-prefeito Geraldo Júlio (PSB) em 2019. Ela substituiu Roberto Tavares, que estava há 12 anos no cargo. Segundo informações extra-oficiais, a estatal terá que passar por uma auditoria externa.

Um inquérito policial foi aberto na agência DRACCO, da Polícia Civil de Pernambuco. A própria Compesa pediu na Justiça Estadual o bloqueio de bens dos envolvidos no desvio de recursos.

Compesa/divulgação
A presidente da Compesa, Manuela Marinho, substituiu Roberto Tavares, que estava há 12 anos no cargo. - Compesa/divulgação

LEIA TRECHO DE RELATÓRIO INTERNO DA COMPESA

"A Companhia, a partir de indícios reportados à Diretoria pelas áreas de pessoal e pela área financeira, designou, no dia 15 de março de 2022, uma Comissão Interna para apurar possíveis irregularidades encontradas na folha de pagamento.

Em face da gravidade dos indícios e, em paralelo ao desenvolvimento das atividades da Comissão Interna, a COMPESA, no mesmo dia 15 de março de 2022, denunciou os fatos à Polícia Civil do Estado de Pernambuco e solicitou providências a fim de apurar eventuais repercussões na esfera penal.

A partir disso, foi instaurado pela 2ª Delegacia de Combate à Corrupção do Estado de Pernambuco (DRACCO) o Inquérito Policial 8884.10.000119/2022, que se encontra em andamento.

Ademais, diante da confissão de então empregada pública da COMPESA e responsável, à época dos fatos, pelo processamento da folha de pagamento, no curso do Procedimento de Sindicância Disciplinar movido internamente na Companhia e de seu interrogatório no bojo do Inquérito Policial 8884.10.000119/2022...

... que evidenciam prejuízo patrimonial à COMPESA, foi ajuizado, no dia 29 de abril de 2022, o Processo 0045707-85.2022.8.17.2001, distribuído à 2ª Vara da Fazenda Pública da Capital, com pedido de indisponibilidade de bens antecedente ao ajuizamento de ação civil pública por ato de improbidade administrativa, com vistas a obter o ressarcimento dos prejuízos apurados.

Posteriormente, tendo havido o regular desenvolvimento dos trabalhos da Comissão de Sindicância Disciplinar, houve a aprovação pela Diretoria Colegiada da COMPESA, no dia 04 de maio de 2022, da recomendação da Comissão para imputar a demissão por justa causa, em razão da prática de ato de improbidade, considerando a responsabilidade do cargo exercido e da violação do dever de observação de procedimentos e prejuízos causados à COMPESA.

Por fim, conforme também deliberado pela Diretoria Colegiada da Companhia, está sendo realizado procedimento para contratação de empresa de auditoria externa para verificação dos procedimentos concernentes à folha de pagamento da empresa nos últimos 03 (três) anos, cujo resultado subsidiará a adoção das medidas necessárias para solução dos problemas detectados"

Com a palavra, a estatal, caso ache necessário

Outro lado

Em nota enviada ao blog, a Compesa informou que o controle interno da companhia identificou, há 60 dias, irregularidades na folha de pagamento e, imediatamente, instaurou sindicância interna para apurar o fato, além de notificar a Polícia Civil para as devidas apurações.

"O procedimento interno foi concluído no mês passado e a funcionária envolvida demitida por justa causa. A Compesa repudia veementemente tais atos e está atuando com todo o rigor que o caso requer, inclusive com ação ajuizada na justiça para reparação dos danos causados aos cofres públicos".

Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco informa que, "após solicitação da presidente da Compesa, Manuela Marinho, designou em caráter especial, Delegado do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), para conduzir apuração de supostas irregularidades na folha de pagamento da citada empresa estatal, que teriam sido praticadas por servidores públicos. Ao final das investigações, a PCPE se pronunciará sobre o caso".

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