Bastidores: saída de João Doria é vista como positiva para Raquel Lyra
Nos bastidores, dá-se conta de que Raquel Lyra se movimentou dentro do PSDB para o partido não lançar João Doria como candidato à Presidência da República
Nos bastidores, dá-se conta de que a retirada da pré-candidatura de João Doria (PSDB) à Presidência da República é positiva para Raquel Lyra (PSDB). Interlocutores ouvidos sob reserva pela coluna indicam que a pré-candidata ao Governo tem preferência por Simone Tebet (MDB), pois dessa forma se livra da rejeição do ex-governador de São Paulo.
"João Doria atrapalha em dois aspectos, ele é uma âncora, é algo pesado para se carregar. Simone Tebet, por sua vez, é uma figura mais leve, mais fácil de se trabalhar", indica a fonte, ouvida sob reserva pela coluna antes mesmo do evento desta segunda, quando o ex-governador de São Paulo anunciou a retirada da sua pré-candidatura à Presidência da República.
De acordo com uma aliada próxima a Raquel Lyra, a ex-prefeita de Caruaru sempre fez oposição interna a Doria dentro do PSDB. "Vai ser muito mais tranquilo pedir voto pra Tebet. Há simpatia a distância entre as duas. Acho que em termos de voto essa história não atrai, mas livra de uma preocupação", explica a fonte.
Segundo o interlocutor que acompanha as conversas de Raquel Lyra com Miguel Coelho (UB), outro aspecto negativo de João Doria seria uma possível represália contra a ex-prefeita de Caruaru. O temor teria sido assunto no diálogo entre os pré-candidatos.
Esperava-se que, por ter apoiado abertamente Eduardo Leite nas prévias do PSDB, Raquel Lyra fosse prejudicada na distribuição de recursos para a campanha. "Havia um incômodo muito grande dela com Doria, apesar de ter sido cortejada nas prévias", diz aliado da tucana.
Em tempo, diante do futuro incerto de João Doria na política, especula-se que Eduardo Leite possa ser indicado para ocupar a vaga de vice na chapa comandada por Simone Tebet.
João Doria era considerado o último grande entrave para confirmar-se a aliança entre o PSDB com o MDB e Cidadania, que decidiram em consenso pela pré-candidatura de Simone Tebet à Presidência da República.
Agora, para confirmar sua pré-candidatura pelas três legendas, Simone Tebet precisa superar os emedebistas do Nordeste, que, diante da força de Lula (PT) na região, desejam apoiar o petista já no primeiro turno da eleição nacional.