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PSDB: retirada de Doria e pavimentação para candidatura de Simone Tebet são vitórias de Bruno Araújo

Saída de João Doria, além do espaço aberto para Simone Tebet, são vistos como sinais de força de Bruno Araújo no PSDB

Augusto Tenório
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Augusto Tenório
Publicado em 24/05/2022 às 19:08
ALEXSSANDRO LOYOLA/PSDB
COMBINAÇÃO Pernambucano se colocou à frete e é visto como condutor das conversas, dentro e fora do PSDB - FOTO: ALEXSSANDRO LOYOLA/PSDB
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Ao fundo da transmissão do discurso de João Doria (PSDB), no qual ele anuncia a retirada da sua pré-candidatura à Presidência da República, uma figura aparece em evidência: Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB. O dirigente indicou que o nome de Simone Tebet caminha para ser oficializado pela aliança com o MDB e o Cidadania.

Após o discurso, Bruno se colocou à frente, tornando-se o centro das atenções da imprensa. Não seria para menos, já que o pernambucano é visto como condutor das conversas, dentro e fora do PSDB, para João Doria aceitar pacificamente a retirada da sua pré-candidatura.

"É uma entrega à democracia e um compromisso que será eternamente reconhecido pelo partido. (...) Doria mostrou compromisso maior que sua personalidade, um compromisso com o Brasil. (...) Demonstrou ser capaz de fazer uma entrega para oferecer a milhões de brasileiros uma alternativa que quebre essa polarização, questionada por dezenas de milhares de eleitores", disse.

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Discurso de Joao Doria para anunciar retirada da pré-candidatura foi transmitido ao vivo. À direita do ex-governador de São Paulo está Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB - Facebook


Em outro momento, ele indicou o caminho da aliança: "Estamos focados agora no candidato à Presidência, mediante os compromissos com programas econômicos e sociais do PSDB e Cidadania, e com fortalecimento de candidaturas regionais. O nome de Simone Tebet já fazia parte do bloco, agora sua responsabilidade aumenta no contexto em que João Doria faz uma entrega tão relevante como essa".

Bruno Araújo forte no PSDB

Nos bastidores, enxerga-se que a retirada da candidatura de Doria, agora considerado um assunto já apaziguado internamente, é uma demonstração da capilaridade de Bruno Araújo. "Para você ver, ele sem mandato conseguiu uma articulação dessa", diz fonte interna do PSDB à coluna.

O ex-governador de São Paulo, que derrotou Eduardo Leite nas prévias do PSDB, ameaçava judicializar a situação caso a cúpula do PSDB tomasse uma decisão contra sua pré-candidatura, em detrimento de Simone Tebet ou outro nome escolhido para representar a aliança tucana com o MDB e o Cidadania. A ameaça não deve se concretizar.

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Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB, e Raquel Lyra, pré-candidata do partido ao Governo de Pernambuco - Tiago Calazans/Divulgação

O presidente tucano, ainda na segunda, indicou que o momento agora tocar o barco no diálogo com o Cidadania e o MDB. Disse que. além de definir o nome, é preciso construir um programa para o Brasil, representado pelo trabalho de João Doria e do PSDB, além de discutir as questões de palanques regionais.

Simone Tebet deve ser candidata da aliança PSDB, MDB e Cidadania, mas anúncio oficial continua um mistério

De acordo com aliado de Bruno Araújo, o presidente do PSDB escolheu se recolher após a turbulência aparentemente encerrada nessa segunda. Não responde a imprensa e nem dá indicativo sobre quando o anúncio oficial de Simone Tebet pode ocorrer.

Durante a coletiva, ele se limitou a dizer que as decisões do partido não são feitas por unanimidade. "Se não, não seria partido, ele é feito na construção do diálogo. (...) Vamos construir um projeto que, sendo o nome de Simone, represente um compromisso com programas, com o país, para fortalecimentos de palanques importantes, como o Rio Grande do Sul".

Convite foi feito ao União Brasil, de Luciano Bivar, mas conversas não avançam

Ainda durante a coletiva, Bruno Araújo fez um convite público a Luciano Bivar, presidente do União Brasil e pré-candidato à Presidência da República. O tucano disse que a porta estava aberta para a legenda voltar à construção.

A questão é que, questionado se o assunto avança internamente dentro do PSDB, fonte interna do partido responde: "nenhuma conversa está acontecendo nesse sentido".

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