Economia pernambucana

Chegada da Maersk em Suape pode gerar empregos, mas também impõe riscos para futuro da economia

Empresa com 83 mil empregados quer controlar área em Suape. Qual o impacto nos atuais trabalhadores do porto?

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Jamildo Melo

Publicado em 30/05/2022 às 17:25 | Atualizado em 31/05/2022 às 16:40
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Analistas da economia local viram com alguma preocupação, em objeções feitas ao Blog de Jamildo, a intenção da multinacional Maersk em aportar em Suape, para operar um terminal de contêineres, a partir da compra de uma área do Estaleiro Atlântico Sul. O lado bom é que vai gerar investimentos e empregos, embora não se saiba quantos exatamente ainda.

Sem alarde, no começo do mês, a empresa dinamarquesa ofereceu cerca de R$ 900 milhões pela área. O Estaleiro Atlântico Sul aceitou a proposta porque está em recuperação judicial, vendendo ativos para pagar credores. Conforme antecipou com exclusividade o blog de Jamildo, na sexta-feira passada.

O lado negativo é o rebatimento do projeto econômico de Suape.

"Vamos jogar no lixo um estaleiro de classe mundial?. A área que está sendo vendida era para uso na produção industrial. Os governos Temer e Bolsonaro deram as costas à industrial naval e isto é apenas um sintoma desta política", afirma uma fonte do blog.

Como a área a ser vendida pela Justiça de Ipojuca fica fora da área do porto organizado, a empresa deve levar vantagem sobre o Tecon Suape, que precisa prestar contas à Antaq, federal.

"A Maersk vai se livrar da Antaq, é certo, mas corre-se o risco de se inviabilizar o segundo terminal de conteineres, projetado para ser objeto de uma licitação este ano"

O primeiro Tecon, licitado no governo Jarbas, detém hoje o monopólio das operações, levando empresas a reclamarem de competividade do porto de Suape, em relação às tarifas. Uma das cláusulas da licitação previa que apenas poderia ser licitado um segundo terminal quando os filipinos atingissem a movimentação de 500 mil TEUS.

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Reprodução de área do Atlântico Sul posta à venda em leilão judicial - Blog Imagem

"Como o Tecon Suape não quer concorrência, nunca chega a esse patamar. O governo do Estado poderia aproveitar a situação para procurar a Antaq e negociar uma revisão nas tarifas, tornando o porto de Suape mais competitivo"

O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Geraldo Júlio (PSB), foi procurado, mas não se manifestou.

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