Aliados de Bolsonaro estão apreensivos com novas revelações e operações da PF, diz coluna
Oficialmente, o discurso dos governistas é o de minimizar os áudios obtidos do ex-ministro Milton Ribeiro. Entretanto, o principal motivo da apreensão seria o receio da existência de mais conversas comprometedoras
De acordo com a coluna de Malu Gaspar, do O Globo, o clima nos bastidores entre aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) é de apreensão.
Oficialmente, o discurso dos governistas é o de minimizar os áudios obtidos do ex-ministro Milton Ribeiro, que indicam uma suspeita de vazamento de investigações, e defender que eles não apresentam provas concretas contra Bolsonaro.
Entretanto, segundo Gaspar, o principal motivo da apreensão seria o receio da existência de mais conversas comprometedoras do ex-ministro fazendo referência ao presidente.
A ideia desses aliados é de que, se a Polícia Federal já estava com grampos em Ribeiro, poderiam ter captado outras conversas sobre possíveis interferências de Bolsonaro ou comprovar que as informações sobre a operação estavam sendo comunicadas ao presidente.
Além disso, segundo fontes ouvidas pela coluna, há uma ideia de que a Polícia Federal vive uma disputa com Bolsonaro. Isso se daria pela decisão do governo de não dar o reajuste salarial pedido pela categoria.
"Existem três corporações às quais não pode se prometer e não cumprir: PF, Receita Federal e Judiciário. Eles são vingativos. Brasília todinha sabe bem disso", diz uma fonte à coluna.
Por fim, também ronda a cúpula de Bolsonaro o temor de uma nova CPI, agora investigando os casos do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
"Um depoimento bombástico ou uma delação premiada de algum dos pastores presos também poderiam causar um estrago irreversível na campanha", afirma a jornalista.