João Campos busca empréstimo de R$ 300 milhões em banco estatal regional que financiou mansão de Flávio Bolsonaro
João Campos busca financiamento no Banco de Brasília, controlado pelo governo do Distrito Federal, de Ibaneis Rocha (MDB)
O Blog já tinha revelado que a gestão de João Campos (PSB) estava buscando um empréstimo de 104 milhões de dólares com um banco internacional. Contudo, este não é o único grande empréstimo na mira do gestor do Recife.
João Campos está buscando um empréstimo de R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais) com um banco estatal regional, o Banco de Brasília (BRB).
O banco estatal é controlado pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), da mesma forma que o antigo BANDEPE era controlado pelo Estado de Pernambuco, antes de ser privatizado, no governo Miguel Arraes.
O Banco de Brasília foi um dos poucos bancos estaduais que sobrou no país.
O objetivo de João Campos com o novo empréstimo é o "financiamento de ações de melhoria da infraestrutura e saneamento na cidade do Recife".
Os vereadores do Recife já deram a autorização, sem alarde, para o novo empréstimo em lei municipal.
Dentre as garantias que Recife vai oferecer, está o desconto direto do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) da cidade.
"Para o pagamento do Principal, juros, tarifas bancárias e outros encargos da operação de crédito, fica o Poder Executivo autorizado a ceder e/ou vincular como garantia, em caráter irrevogável e irretratável, a modo pro solvendo, as suas receitas próprias", diz a lei municipal que autorizou.
BANCO ESTATAL FINANCIOU MANSÃO DE FLÁVIO BOLSONARO
O Banco de Brasília (BRB) ganhou as manchetes nacionais após a revelação que a estatal financiou uma mansão para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
O Ministério Público do Distrito Federal abriu procedimento, em abril de 2021, para apurar o empréstimo concedido pelo BRB (Banco de Brasília), instituição ligada ao governo distrital, ao senador Flávio Bolsonaro.
O banco financiou parte da compra de uma mansão de R$ 5,97 milhões em Brasília.
O imóvel tem 936 m² de área construída e 2.400 m² no total, segundo a escritura.
A entrada foi de R$ 2,87 milhões. Os R$ 3,1 milhões restantes foram financiados em 360 meses pelo BRB, com taxa de juros nominal de 3,65% ao ano. O valor é abaixo da inflação, que ficou em 4,52% em 2020.
De acordo com a escritura, o valor a ser pago mensalmente é de R$ 18.040,27. O senador tem renda fixa declarada de R$ 28.307,68, e sua mulher, de R$ 8.650. A prestação consumiria 49% dos rendimentos do casal.
“Eu vendi um imóvel que eu tinha no Rio de Janeiro, vendi uma franquia que possuía, também no Rio de Janeiro, e dei entrada numa casa aqui em Brasília. E a maior parte do valor dessa casa está sendo financiada com o banco com uma taxa que foi aprovada conforme o rendimento familiar, como qualquer pessoa no Brasil pode fazer”, declarou Flávio, na época.