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Confusão, protesto e invasão na Câmara do Recife: homenagem a Michelle Bolsonaro é reprovada

A votação do projeto que previa a concessão da maior honraria da Câmara Municipal do Recife a Michele Bolsonaro foi marcada por protestos, confusões entre parlamentares e tentativa de invasão no plenário

Augusto Tenório
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Augusto Tenório
Publicado em 05/07/2022 às 14:55 | Atualizado em 16/09/2022 às 18:23
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, Michelle Bolsonaro diz que Planalto era "consagrado a demônios" - FOTO: Reprodução
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A votação do projeto que previa a concessão da maior honraria da Câmara Municipal do Recife a Michelle Bolsonaro foi marcada por protestos, confusões entre parlamentares e tentativa de invasão no plenário. O texto, de autoria de Michele Collins (PP), foi reprovado com 16 votos contrários e 9 favoráveis.

O plenário foi tomado por manifestantes, que se comportaram tal qual jacobinos e girondinos: os contrários a homenagem ficaram na galeria à esquerda do plenário; os favoráveis a Bolsonaro tomaram a galeria à direita.

O primeiro grupo foi convocado por mandatos da esquerda, como Dani Portela (PSOL), Liana Cirne (PT) e Cida Pedrosa (PCdoB). O segundo, foi chamado por nomes da direita, como a própria Collins, além do casal Tércio e do vereador Renato Antunes (PSC).

Desde a semana passada, a bancada do PSB se articulou para derrotar a medida. Os doze vereadores, liderados por Rinaldo Júnior, votaram contra o projeto, de número 34/2022. O PP de Michele Collins faz parte da base do governo, mas ela ocupa a chamada 'frente bolsonarista', uma espécie de anexo independente à legenda.

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VEREADORA Para Michele Collins, colegas de esquerda dividem a bancada feminina da Câmara do Recife - DIVULGAÇÃO

"O que aconteceu hoje foi o famoso 'rolo compressor' um comando que veio para derrubar a medalha. Infelizmente, a máquina trabalhou pesado para derrubar a proposição e influenciou muito, mas só perdemos uma batalha, não a guerra. Michelle Bolsonaro é uma mulher forte e comprometida com as causas sociais e, independente de medalha, continuará dando um olhar amoroso pelo nosso povo do Recife e do Brasil", disse Michele Collins.

O líder do PSB na Câmara, Rinaldo Júnior, também comenta: "Os progressistas da cidade do Recife venceram, dizendo não. A bancada do votou blocada com a certeza de que Michelle Bolsonaro não merece essa homenagem. Não seria justo, uma medalha com o nome de Olegária Mariano, a quem não tem serviço prestado à cidade".

Acusação de 'fake news' na Câmara do Recife

A vereadora Dani Portela foi acusada por Dilson Batista (Avante) de propagar desinformação nas redes sociais. A parlamentar disse que a Câmara queria conceder ao Jair Bolsonaro (PL) o título de cidadão recifense. Ao pedir direito de resposta, ela disse ter cometido um equívoco e ter feito correção.

É que o vereador protocolou um projeto semelhante ao de Michele Collins, pedindo homenagem equivalente ao presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar pediu a anulação do texto, após o PT e o PSB associarem a proposta a Marília Arraes (SD), porque o Avante faz parte do palanque da pré-candidata ao Governo de Pernambuco.

Provocação sobre carteira de trabalho e propina em ouro para pastores

Ainda no plenário, o vereador Júnior Tércio (PP) fez provocações aos parlamentares de esquerda. Ele insinuou que os opositores não gostavam de trabalhar: "É só abrir uma Bíblia e uma carteira de trabalho que eles correm".

Dani Portela respondeu, fazendo provocações acerca de dinheiro em barra de ouro. É que o pastor evangélico Milton Ribeiro deixou o Ministério de Educação após escândalo envolvendo pagamentos em dinheiro vivo e até barras de ouro por parte de prefeitos, além de contratos de compra de Bíblia.

Em tempo, a deputada estadual Clarissa Tércio (PP) esteve na Câmara dos Vereadores, fazendo pressão para aprovação do texto. Ela chegou a ser citada no plenário durante a discussão e fez provocações aos manifestantes de esquerda.

Coletivo Juntas denuncia que foi barrado

As codeputadas do coletivo Juntas (PSOL), porém, denunciam que foram impedidas de entrar na Câmara Municipal. Segundo as parlamentares, bolsonaristas tentaram barrar sua presença na sessão. A entrada no plenário é concedida a parlamentares-eleitos e o gesto se estende a todas as instâncias legislativas no estado de Pernambuco.

"Os vereadores Júnior Tércio e Michelle Collins, ambos da base bolsonarista na Câmara, tentaram impedir a permanência das codeputadas das Juntas no plenário", acusam. Dani Portela ainda denunciou que a sessão precisou ser interrompida porque, durante a discussão, um grupo de bolsonaristas tentou invadir o parlamento municipal.

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