ELEIÇÕES 2024

Túlio Gadêlha pode voltar ao PDT para enfrentar João Campos com apoio de Raquel Lyra

Para voltar à legenda, ele precisa encontrar uma solução para deixar a Rede sem perder o mandato. Com o retorno dele ao partido, Isabella de Roldão deve tentar a vereança

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Blog de Jamildo 

Publicado em 10/01/2024 às 13:43 | Atualizado em 10/01/2024 às 14:26
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Quatro anos após ter legenda negada para disputar a Prefeitura do Recife, o deputado federal Túlio Gadêlha (Rede) pode voltar ao PDT e reforçar a pressão para que a legenda brizolista deixe a base do prefeito João Campos (PSB) e rume com a governadora Raquel Lyra (PSDB).

Para concretizar o retorno às hostes trabalhistas, Gadêlha precisa encontrar uma solução que não signifique a perda de seu mandato.

Isso porque, segundo as regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as hipóteses para desfiliação justificada são desvio do programa partidário, discriminação política pessoal e mudança na chamada janela partidária.

TÚLIO PODE ALEGAR DISCRIMINAÇÃO POLÍTICA

Aliados do deputado afirmam que ele poderia argumentar sofrer discriminação política pessoal. Isso porque Túlio tem enfrentado problemas internos na Rede Sustentabilidade.

Aliado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fundadora da Rede, ele é acusado por aliados de Heloísa Helena, porta-voz nacional da legenda, de agir em conluio com uma tesoureira afastada pela direção do partido.

Por meio de uma nota divulgada em agosto de 2023, o grupo Rede Vive pela Base chegou a afirmar que a decisão de afastar a tesoureira tem relação com fatos que poderia comprometer Gadêlha.

"Essa versão não passa senha 'nuvem de fumaça' para tentar acobertar os fatos vergonhosos que acabaram por levar ao afastamento da tesoureira Juliana Sá e que ainda serão analisados no mérito pela justiça e pela comissão de ética do partido, podendo comprometer o Deputado Federal Túlio Gadelha", escreve.

Se o argumento de que sofre discriminação política pessoal for usado pelo parlamentar e acatado pelo TSE, Gadêlha poderia se ver livre para voltar ao PDT, de onde em dezembro de 2021 após divergências com o partido (a principal delas foi o apoio pedetista à candidatura de Campos em 2020, indicando Isabella de Roldão para vice).

Apesar dos rumores, a assessoria do deputado afirmou que ele não cogita a mudança de partido. “Nãohá discussão sobre isso. Nenhuma mudança de partido em vista. Ele segue na Rede”, disse a equipe do parlamentar ao Blog de Jamildo.

TÚLIO NO PDT FORTALECE RAQUEL LYRA

Caso consiga voltar ao PDT, sem perder o mandato, Túlio Gadêlha deve fortalecer a governadora Raquel Lyra na disputa pelo apoio do partido.

A tucana tem se articulado para levar os pedetistas para sua base. 

Na última segunda-feira (8), ele foi a uma reunião com a vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão, e o ministro Carlos Lupi (PDT). O blog de Jamildo registrou que Gadelha foi o primeiro a comemorar o encontro de Raquel, Isabella e Lupi, em Brasília.

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Tucana encontra Lupi, para alegria de Tulio Gadelha - Redes sociais

Oficialmente, a reunião tratou da assinatura de acordos com o Governo de Pernambuco e a Prefeitura do Recife para viabilizar novos convênios: a compensação previdenciária estadual e a cessão do terreno do INSS que compõe o Parque da Jaqueira para a administração municipal.

Apesar da pauta oficial, comenta-se nos bastidores que o motivo do encontro não foi o que fora divulgado pela pasta comandada por Lupi, mas as articulações em torno das eleições municipais, marcadas para outubro.

TÚLIO NOVAMENTE SEM LEGENDA PARA ELEIÇÕES

Vale ressaltar que as conversas entre o Túlio Gadêlha e o PDT ocorrem em meio a movimentações para as eleições 2024.

É de conhecimento público que Gadêlha deseja disputar a prefeitura do Recife, mas a federação PSOL-Rede deve lançar a deputada estadual Dani Portela (PSOL) ao pleito. Portela é a líder da oposição a Raquel na Alepe, em tabela com o PSB.

Por isso, afirmam interlocutores, Túlio está procurando uma solução para voltar à antiga casa. Assim, seu nome poderia entrar na corrida municipal. A ver.

Se tudo acontecer como desejado pelo PDT e por Gadêlha, ele seria o nome do partido para a prefeitura da capital pernambucana.

Já a vice-prefeita Isabella de Roldão, que é tem potencial para ser apoiada por Raquel Lyra na disputa ou ser a substituta de Gadelha nesta empreitada, também poderia brigar por uma vaga na Câmara Municipal ou assumiria uma pasta no governo estadual.

Com isso, Raquel poderia ter, pelo menos dois nomes no páreo, numa estratégia para pulverizar os votos e enfraquecer João Campos, tido como favorito, segundo pesquisas de intenção de votos, para forçar um eventual segundo turno.

"A estratégia visa levar a eleição do Recife para o segundo turno", confirma uma fonte tucana ao titular do blog, nesta quarta-feira. "Caso isto aconteça, já terá sido uma vitória para Raquel Lyra"

"Na época que foi obrigado a sair do PDT, Túlio Gadelha enfrentava os caciques de Caruaru José Queiroz e o então deputado federal Wolney Queiroz, adversários tradicionais de Raquel Lyra. Gadelha eleito deputado, sempre ajudou Raquel Lyra com emendas federais, tornando-se uma representação da capital do Agreste", lembra o jornalista Jamildo Melo.

"A jogada também interessa ao próprio candidato Daniel Coelho, cuja missão na disputa municipal não será nada fácil. Como Tulio Gadelha transita na esquerda, poderia tirar votos de João Campos na disputa, favorecendo Daniel"

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