Eleições 2024

Câmara do Recife pode aprovar hoje título de cidadão para Álvaro Porto

Adversários de Victor André Gomes, nos bastidores, reclamam que, no texto do projeto, o aliado de Porto não cita nenhuma ligação ou trabalho do presidente da Alepe que pudesse justificar a concessão do título

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Jamildo Melo

Publicado em 18/03/2024 às 11:38 | Atualizado em 18/03/2024 às 15:52
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Na reunião ordinária desta segunda-feira (18) da Câmara Municipal do Recife, está na pauta um projeto de decreto legislativo para conceder o Título de Cidadão do Recife ao presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto, do PSDB. O projeto foi aprovado com 26 votos favoráveis.

A honraria tem a autoria do aliado e vereador Victor André Gomes, que integra a base de João Campos na Câmara Municipal do Recife.

Na Câmara do Recife, Victor André Gomes faz questão de exaltar a parceria com Álvaro Porto, como ocorreu em agosto do ano passado. O vereador afirmou ser o “representante” do presidente da Alepe na Casa de José Mariano.

Na ocasião da reeleição no comando da Casa Joaquim Nabuco, o vereador comemorou e chamou Porto de “baluarte da política do nosso estado”.

Para fortalecer essa relação política, o vereador apresentou, em dezembro do ano passado, um projeto de decreto legislativo para conceder o Título de Cidadão do Recife para Porto, natural de Canhotinho, no Agreste pernambucano.

"Piada, ne? No texto do projeto, o aliado de Porto não cita nenhuma ligação ou trabalho do presidente da Alepe que pudesse justificar a concessão do título. A palavra Recife só aparece na justificativa porque o vereador afirma que Porto ampliou suas bases eleitorais na “Região Metropolitana do Recife”, já reagiram os adversários de Victor, nos bastidores.

"No buraco frio da Câmara, comenta-se que a aliança de Victor André Gomes com João Campos e Álvaro Porto rendeu ao vereador cargos na Prefeitura e na Alepe, fortalecendo a sua estrutura para as eleições deste ano".

Polêmica do microfone aberto

No começo do ano, o vereador do Recife, Victor André Gomes (União Brasil) não teve receio de se posicionar sobre a polêmica envolvendo a governadora Raquel Lyra e o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Álvaro Porto. Sem perceber ou mesmo tendo percebido o microfone aberto, o deputado criticou o discurso da governadora na Alepe, usando um palavrão contra a fala.

Na época, em nota divulgada por sua assessoria, o vereador destacou o caráter do presidente da Alepe e disse que suas críticas são “expressão do descaso do governo do estado e a insatisfação do povo pernambucano”.

"O posicionamento do presidente da Alepe, deputado estadual Álvaro Porto, o qual em momento privado, expressou o descaso do governo do estado e a insatisfação do povo pernambucano, está servindo de alimento aos oportunistas de plantão", afirmou o jovem vereador.

"A índole do presidente da Alepe é matéria que não cabe qualquer tipo de contestação. A democracia é para todos, mas nem todos sabem lidar com a democracia. Da mesma forma que podemos elogiar, também temos o direito de criticar", acrescentou.

"No impulso de defender o aliado, o vereador esqueceu até a retratação de Álvaro Porto pelo uso do termo “merda” contra a gestora", disseram colegas, em reserva.

"Nas redes sociais, Victor André Gomes reduziu o episódio ao descontentamento do presidente da Alepe em relação à gestão da governadora e acusou os críticos da atitude do seu aliado de oportunismo".

No plano político, a defesa da índole do presidente da Alepe foi interpretada como um reforço crítico ao governo do estado. Até pouco tempo ele era aliado antes de migrar para a base do prefeito João Campos (PSB) e abandonar no processo a vice-governadora Priscila Krause (Cidadania), de quem era aliado de primeira hora.

Em vídeo publicado nessa quinta (1º), Priscila Krause classificou as falas de Álvaro Porto como “violência política de gênero” contra a primeira mulher eleita governadora de Pernambuco.

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