Aumento da população em situação de rua em Boa Viagem é discutido em audiência da Câmara do Recife
Audiência Pública na Câmara de Vereadores do Recife promoveu debate entre moradores e representantes de órgãos públicos sobre o aumento da população em situação de rua
Uma audiência pública na Câmara de Vereadores do Recife na terça-feira (19) discutiu o aumento da população em situação de rua no bairro de Boa Viagem.
A discussão sobre o tema envolveu a participação de membros da Assistência Social da Prefeitura do Recife e do Governo de Pernambuco, além de representantes da Diretoria Executiva de Controle Urbano do Recife.
O evento foi organizado pelo vereador Paulo Muniz (Solidariedade), que falou na audiência sobre a relevância do tema ao indicar que "a situação de quem mora na rua é degradante [...] pessoas que vivem de forma precária, dormindo ao lado de ratazanas, em condições subumanas".
POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA EM BOA VIAGEM
Sobre o caso específico do aumento do número de pessoas em situação de rua em Boa Viagem, Muniz declarou que já notou "22 barracos na Av. Fernando Simões Barbosa".
Além de discutir o impacto desse problema social para as pessoas em situação de rua, a audiência pública também falou sobre as consequências para os moradores do bairro, que temem pelo aumento da violência no local.
O vereador também aproveitou o momento para criticar o que chama de "ações paliativas" por parte dos órgãos públicos ao argumentar por uma cooperação entre os órgãos públicos de assistência e os sistemas de segurança pública.
Membros em atuação na Prefeitura do Recife também apresentaram as ações municipais para melhorias na assistência da população em situação de rua, como o início de uma tramitação para criação de cozinhas populares e um abrigo noturno em Boa Viagem. Não foram indicados prazos para efetivar essas medidas.
Apesar da explicação das etapas de realização do controle urbano e com a busca por maiores soluções que auxiliem na garantia de auxílio para população em situação de rua e segurança aos moradores de Boa Viagem, Paulo Muniz finalizou o encontro declarando que as ações não pareciam suficientes.
"Em primeiro lugar, estamos cobrando a dignidade dos seres humanos e em segundo lugar, a dignidade dos moradores do bairro [...] a Cracolândia não começa de um dia para noite. Em São Paulo se levou 30 anos. Se não fizermos nada, chegaremos ao mesmo resultado", declarou o vereador.
Para melhorias no plano de atuação, Paulo Muniz sugeriu a criação de um grupo de trabalho entre moradores e órgãos públicos, para propor formas eficazes de resolver os problemas sobre o assunto.