depoimento

Para o STF, Mauro Cid confirma delação e nega intervenção da PF: "falei besteira"

Mauro Cid confirma informações da delação premiada e indica que PF não induziu respostas. Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro saiu preso de depoimento da PF

Imagem do autor
Cadastrado por

Cynara Maíra

Publicado em 23/03/2024 às 9:51 | Atualizado em 23/03/2024 às 9:54
Notícia
X

Em depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira (22), o tenente-coronel Mauro Cid confirmou as informações que apresentou em sua delação premiada e declarou que não sofreu pressão dos agentes da Polícia Federal. 

A fala para o STF ocorre após uma reportagem da Veja mostrar áudios de Cid em que o ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro (PL) declara que, durante as audiências da delação, a PF desejava que ele seguisse uma narrativa sobre os fatos. 

No áudio, Cid afirma que "queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu", além de criticar o relator do caso no STF, o ministro Alexandre de Moraes. 

MAURO CID NEGA INTERVENÇÃO DA PF

Questionado sobre essa declaração pela Corte, Cid afirmou que "nunca houve induzimento às respostas", mas que os policiais tinham outras visões sobre os fatos em suas perguntas e que depois ele esclarecia em suas respostas o que realmente teria ocorrido. 

Segundo Mauro Cid, os policiais não acreditavam em suas declarações, mas que nunca forçaram suas respostas. O tenente-coronel também afirmou que deseja manter o acordo de delação. 

"Eles tinham outra linha investigativa e a versão dos fatos era outra. [...] Os policiais traziam os fatos na forma que estavam investigando", afirmou. 

Mauro Cid declarou que os áudios vieram de uma "conversa privada, informal, privada, particular, sem intuito de ser exposta em revista de grande circulação" e que as falas eram apenas "um desabafo" e que acabou "falando besteira".

PF quer apurar possível omissão de ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica

DELAÇÃO DE MAURO CID E PRISÃO

A delação premiada garantiu a soltura de Mauro Cid, que estava preso preventivamente. Em troca da liberdade, o tenente-coronel se comprometeu a colaborar com a polícia para reduzir sua pena.

O acordo proíbe que o envolvido comente sobre as informações em sigilo. Tal regra faz com que os áudios de Cid sejam vistos como uma desobediência dessas regras. 

A prisão de Mauro Cid ocorreu tanto pelo descumprimento do sigilo como também pelo entendimento da Corte de que a divulgação das gravações tinham o objetivo de obstruir a Justiça. 

Cid foi encaminhado para o Batalhão de Polícia do Exército após ser encaminhado ao Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal. Como oficial, Mauro Cid tem o direito de ser preso em estabelecimento militar. 

Após o caso, agentes da PF também realizaram busca e apreensão na residência de Mauro Cid, em que foram apreendidos um celular e outro da esposa. 

Tags

Autor