EDUCAÇÃO

Greve dos professores da UFPE será definida na próxima semana

Atualmente em "Indicativo de Greve", Associação dos Docentes da UFPE realizará assembleia para discutir paralisação

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Rodrigo Fernandes

Publicado em 10/04/2024 às 12:31 | Atualizado em 10/04/2024 às 17:22
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A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe) realizará, na próxima quarta-feira (17), uma assembleia para discutir uma possível deflagração de greve dos professores da instituição. Caso a paralisação seja aprovada, os profissionais cruzarão os braços a partir de uma data estabelecida nessa mesma reunião.

A assembleia está prevista para as 10h e será realizada no auditório Professor Paulo Rosas, que fica na sede da associação, dentro do campus Recife da UFPE, na Cidade Universitária. Também haverá transmissão online.

Havendo paralisação, todos os campi da UFPE no estado deverão deverão ser afetados, incluindo as unidades do interior e o Colégio de Aplicação. Entidades como o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) não serão impactadas.

No último dia 27 de março, os professores aprovaram em assembleia o "Indicativo de Greve". Essa medida, porém, não paralisa as atividades dos profissionais, servindo como um alerta de que a categoria poderá cruzar os braços em breve.

Isso significa que as atividades do semestre 2024.1, que terá início na próxima segunda-feira (15), estão mantidas até que haja uma decisão dos profissionais da categoria.

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Os professores universitários reivindicam aumento salarial junto ao Governo Federal e reestruturação da carreira, que também afeta a remuneração.

Greve nacional

Diversas universidades federais do país estão aderindo a um movimento de greve em reivindicação a reajuste salarial. A decisão, porém, cabe a cada entidade. Ao menos 10 instituições já decretaram que paralisarão as atividades na próxima segunda-feira (15).

Apesar de não haver um acordo nacional de paralisação, a maioria das universidades pede ao Governo Federal reajuste de 22,17%, dividido em três parcelas em 2024, 2025 e 2026. O governo, por sua vez, propõe reajuste zero em 2024, liberando 4,5% em 2025 e 2026.

O primeiro tesoureiro da Adufepe, José Audísio Costa, afirmou que duas novas reuniões serão realizadas nesta quarta e quinta-feira para tentar acordo junto ao Governo Federal e que, por isso, pode haver um cenário diferente na UFPE.

"Não há um calendário nacional para deflagração de greve. Algumas decretaram e outras, não. Há um protocolo a seguir antes de paralisar", contou.

Os técnicos administrativos em Educação da UFPE, vale lembrar, deflagraram greve no dia 11 de março e estão com as atividades paralisadas desde então. Eles também reivindicam reajuste salarial, além de restruturação de carreira e equiparação de benefícios.

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O que diz a UFPE

Procurada pela reportagem, a UFPE informou que a pauta da mobilização de paralisação docente é nacional, portanto, é tratada entre os sindicatos e o Governo Federal nas instâncias dos ministérios da Educação e de Gestão e Inovação em Serviços Públicos.

A administração central da instituição também apontou que seu papel neste momento é o de garantir todas as condições adequadas e necessárias para o início do semestre regular, agendado para o dia 15 de abril.

"Cabe ainda ressaltar que o impacto da paralisação de um serviço público federal é, antes de tudo, para a sociedade e não para a própria entidade", conclui a nota da UFPE.

O que diz o MEC

Após a Universidade de Brasília (UnB) decretar greve para a próxima segunda-feira (15), o Ministério da Educação afirmou que "vem envidando todos os esforços para buscar alternativas de valorização dos servidores da educação, atento ao diálogo franco e respeitoso com as categorias".

A pasta destacou o reajuste concedido pelo governo federal aos servidores públicos, em 2023: "No ano passado, o governo federal promoveu reajuste de 9% para todos servidores. Equipes da pasta vêm participando da mesa nacional de negociação e das mesas específicas de técnicos e docentes instituídas pelo MGI [Ministério da Gestão e Inovação dos Serviços Públicos] e, ainda nessa semana, conduzirão reunião da mesa setorial que trata de condições de trabalho".

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