Organizador do Startup Health, o empresário Maristone Gomes, avalia que o projeto, desenvolvido durante a HospitalMed, apresentou soluções e empreendedores dispostos a resolver mais problemas na área de saúde. Só precisamos que os demais agentes estejam envolvidos e ajudem esses negócios a crescer" disse ao falar sobre as startups de Pernambuco que atuam no segmento e mostradas no evento.
Ele avalia que o espaço Startup Health cumpriu a missão de fazer este alerta ao mercado local. O evento reuniu 22 negócios inovadores do Nordeste dentro da HospitalMed, maior feira regional do setor, que se encerra nesta sexta-feira (18), no Centro de Convenções.
O comentário de Maristone Gomes é um recado ao polo médico pernambucano - um dos maiores do País - para que empresários, gestores, profissionais de saúde e médicos se aproximem dos startups locais que já estão resolvendo problemas como tempo e custo de exames laboratoriais, desperdício de insumos e monitoramento de doenças.
No Startup Health, os empreendedores também tiveram a oportunidade de apresentar suas ideias, projetos, produtos e serviços para uma banca qualificada, composta por instituições como Porto Digital, Cesar, Tynno Investimentos, Parqtel (PE), Sebrae Nacional, Deloitte e Albert Einstein (SP). Representantes dessas entidades visitaram o evento, assistiram a pitches (apresentações rápidas) e avaliaram o potencial das startups.
"Aqui em Pernambuco está um dos maiores polos médicos do Brasil, com mais de R$ 7 bilhões movimentados anualmente e cerca de 100 mil pessoas trabalhando para levar mais qualidade de vida aos pacientes. Se aproximarmos essas duas forças motrizes - um mercado consolidado e um ambiente inovador - podemos ter uma influência muito relevante em todos os agentes desse ecossistema, com benefícios que vão da planilha de custos das empresas ao bem-estar das famílias", diz Maristone.
O CIO (chief information officer), ou gerente de Tecnologia, do Real Hospital Português (RHP), Ademir Novais, reconhece a resistência que startups encontram no mercado tradicional de saúde, que para ele, ainda tem dificuldade de absorver o aumento da conectividade tecnológica experimentado pelos consumidores em outras áreas.
No entanto, Novais afirma que os empreendedores de novos negócios não estão buscando as oportunidades como deveriam. "Estou há sete anos no Real Hospital Português, o maior do Nordeste, e conto em uma mão a quantidade de startups que nos procuraram", relata Ademir, que se coloca à disposição para conhecer ideias e negócios inovadores relevantes.
Entre as soluções de destaque apresentadas estão a Pickcells, que barateia e agiliza análises laboratoriais através de imagens analisadas em tempo real; a Bionica, cujo termômetro IoTherm pode ser usado por crianças com febre para que os pais recebam alertas no celular.
"Aqui no Startup Health já fomos consultados para novos usos do nosso produto em hospitais, clínicas e segmentos diversos como a veterinária. Recebemos inclusive pessoas que sugeriram outros setores, como o da construção. Vamos estudar as oportunidades", diz Hatus Viana, da Bionica. O IoTherm deverá ser lançado no fim de ano e já recebeu demandas para compra.
Muitos contatos feitos durante o Startup Health se desdobram em parcerias e vendas. Um exemplo é o Econtroles, um dispositivo que usa apenas água para matar as larvas do mosquito Aedes aegypti.
A empresa realizou pré-vendas, inclusive para representantes da Vigilância Sanitária Estadual, e aguarda um lote que está vindo de São Paulo para efetivar entregas. Outro exemplo é a Senfio, que fornece monitoramento remoto de temperatura de ambientes e participa da Startup Health pela segunda vez.
A empresa conseguiu fechar negócios no ano passado. Neste ano, iniciou contato com possíveis investidores e recebeu consultas para entregas futuras - uma vez que a capacidade de venda da empresa está esgotada. Quem também fechou parcerias técnicas e de vendas foi o Naora, aplicativo que agenda consultas médicas e ajuda o paciente a lembrar do compromisso e chegar até o local.
A divulgação promovida pelo Startup Health deu destaque a outras soluções, como a Farmazap, aplicativo que facilita a pesquisa por preços de medicamentos em diversas farmácias, emitindo alertas quando são achados valores mais baixos. A média de download do aplicativo era de 20 por semana e chegou a 4.600 entre a quarta-feira (16/8), abertura do evento, e esta sexta (18/8).
"Acreditamos que vamos encerrar com pelo menos 6 mil downloads, juntando usuários de Android e de iOS (Apple)", diz o CEO da Farmazap, Aldo Ferreira.