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Por Fernando Castilho
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Presidente do TCU diz que Democracia exige respeito as escolhas do eleitor e que devemos torcer a favor

Fernando Castilho
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Publicado em 31/12/2019 às 20:00 | Atualizado em 05/03/2020 às 8:16
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Em sua primeira entrevista a um veículo de comunicação desde que assumiu a presidência da instituição, o presidente do Tribunal de Contas da União, José Mucio Monteiro disse, nesta terça-feira na Rádio Jornal que, apesar das dificuldades no seu relacionamento com o Congresso no primeiro ano, precisamos torcer e que o governo Bolsonaro dê certo. “Para que a gente atravesse o rio. Eu não posso torcer contra nós mesmos. Porque somos frutos de uma escolha. E a primeira escolha nossa é a Democracia. E nela pode ser escolhido alguém que não queremos. Nós estamos há três anos das eleições. Nós devemos deixar para discutir eleição em tempo de eleição. Temos problemas demais, advertiu. Ex-deputado, ex-líder do Governo Lula no Congresso e ex-ministro da Casa Civil, José Mucio avalia que o Parlamento tem uma séria crise de liderança. “Basta que um grupo crie um grupo no WhatsApp para nascer ali uma dissidência no próprio partido. E aí você, como governo, tem que negociar um por um. No meu tempo a conversas com os líderes definia as ações. Hoje, cada deputado que me visita faz uma “live” de dentro de meu gabinete. Apesar disso eu acho que nós estamos mais transparentes. O presidente do TCU disse que apesar da crise diária acha que “estamos purificando a nossa Democracia. E o melhor sistema de se viver. Mas ela é difícil de ser honestamente executada. A geração dos meus filhos vai viver melhor que eu e os meus netos estarão perfeitamente adaptados”, disse José Mucio. Ele falou da liderança de Rodrigo Maia no Congresso e disse estar preocupado com quem vira depois dele. “O Rodrigo Maia emergiu de forma absoluta responsável pela governabilidade”. Porque o presidente se elegeu dizendo que não estava ligado ao Legislativo. “Mas o Legislativo e feito parente, você pode não gostar, mas tem que conviver. Porque quando o presidente diz que não querer governar com a prática convencional, teve que se abraçar com práticas antigas. Na realidade, nós temos sobrevivido cada dia. Cada dia uma crise e cada dia uma solução. Para José Mucio, a crise se amplia mais pelo perfil do Congresso eleito ano passado que tem bancadas difíceis. “Nós estamos cascavilhando o passado e ninguém fala de quem está construindo o Brasil do futuro”. Segundo ele, isso se reflete no perfil de parte do nosso Congresso.” Temos um grande número de delegados e pastores. O delegado, no seu trabalho, cascalha o passado. O pastor fala na vida eterna depois da morte. Mas onde estão os engenheiros que vão reconstruir esse país? Nós precisamos começar a discutir a reconstrução do Brasil. Passou o tempo desse negócio de pais do futuro. Ainda segundo José Mucio, o Brasil precisamos de um conjunto de reformas e não apenas a da Previdência. A reforma tributária, o pacto federativo em especial. “Temos que enfrentar e não colocar embaixo do tapete. Porque senão, daqui a pouco, vamos precisar de uma escada para subir no tapete de tão alto que ele vai estar”. Para o presidente do TCU, todos os poderes devem dar uma contribuição para reduzir o custo da máquina pública. “Nós temos vicio de nascimento. Como não podia faltar dinheiro na coroa aumentava-se os impostos. “Veja que ironia. Nós matamos Tiradentes porque ele reclamou de 20% (o quinto). Hoje, pagamos 37,5%. Nós precisamos não pensar no que podemos crescer, mas no que nós podemos deixar de gastar”. O presidente do TCU advertiu “Temos que perseguir o que vai dar certo. As vezes a gente numa briga se vangloria de ter dado um murro numa ponta de faca. Ora eu dei um morro e quem se feriu foi eu”. José Mucio falou, também, do papel do TCU e da ação do tribunal na Lava Jato. “Se eu fosse definir o papel do TCU de forma divertida, diria que o TCU é uma delegacia de grandes furtos. Nossos indiciados nunca levaram uma bicicleta ou um celular. Roubaram pontes viadutos, portos, aeroportos, estradas etc. Nós cumprimos o que manda a lei. É uma ferramenta que o Congresso criou. Nós não somos legisladores somos fiscais. Segundo José Mucio, o TCU não pode ser acusado de estar travando a continuidade das obras públicas. Segundo ele, o tribunal investigou 14 mil obras e descobriu que só 3% estão paradas por recomendação da corte. “Então os gestores aproveitam essa desculpa para não fazer. Mas o fato e que falta de dinheiro. Hoje só tem dinheiro para pagar a folha de pessoal. Ele ainda defendeu a redução da máquina pública. “Precisamos diminuir o tamanho do Palácio e da Coroa para que se financie menos o poder e se usufrua mais a competência do poder”. José Mucio chegou a defender uma mudança mais ampla na Constituição. “A nossa Constituição tem que privilegiar as nossas diferenças e nossas potencialidades. Nós temos santos que fazem milagres numa Região e não fazem noutra. Então alguém pode pensar:  Você prega uma separação. Não! Eu posso até criar aqui um termo me definindo como um separatista constitucional, disse o presidente do TCU.    

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