Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
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Informação e análise econômica, negócios e mercados

Para Armando Neto a caixa-preta deu lucro ao BNDES

Publicado em 25/01/2020 às 4:00 | Atualizado em 25/01/2020 às 7:09
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  O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no governo Dilma Rousseff, Armando Neto escreve à Coluna, que tratou da chamada “caixa-preta do BNDES” na edição de quarta-feira, revelando que foi ele quem determinou (em junho de 2015) a adoção de medidas de transparência nas informações do banco, que resultaram no levantamento do sigilo dos contratos a outros países. Ele diz que sempre teve convicção de que a “caixa-preta do BNDES” nunca passou de discurso político e que, “superada esta fase”, torce para que o banco continue a fomentar o desenvolvimento do País. O ex-ministro, entretanto, contestou a afirmação da coluna sobre a tomada negativa de recursos no mercado financeiro para o financiamento a contratos, afirmando que “pela captação ter sido em moeda forte”, os seus resultados foram vantajosos para o Tesouro Nacional, comparando-se custo de captação, spreads cobrados e ganhos da variação cambial. O ex-ministro fundamentou sua crítica num estudo de três técnicos do BNDES (Fernando Puga, Luciene Machado e Carlos Frederico Souza), que afirmam que, de fato, em financiamentos em moeda estrangeira remunerados à Libor, o devedor é um país no exterior, que assume dívida em moeda estrangeira. Mas advertem que “o BNDES liberou os recursos em reais” para as empresas brasileiras realizarem gastos no país voltados à produção de bens e serviços nas obras no exterior. Isso, segundo o estudo, permitiu que, em 2014, o BNDES obtivesse uma receita de R$ 2,1 bilhões apenas com a carteira de financiamento às exportações de serviços. No estudo publicado no Valor Econômico em 24 de junho de 2015, os três funcionários do BNDES afirmam que os financiamentos do banco à exportação de serviços são "de risco menor que os das dívidas externas dos países devedores". E que as operações foram feitas cobrando taxas equivalentes às praticadas pelas agências de crédito da OCDE para esses países. Para eles, “os financiamentos deram mais retorno ao Banco do que teria sido obtido em aplicações em títulos públicos. O rendimento das operações no período ficou acima do que o Tesouro Nacional pagaria se fosse fazer captação externa em dólares referenciada em Libor que é a taxa média interbancária no mercado monetário de Londres.”

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