Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Por Fernando Castilho
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Tamanho da Dívida Pública brasileira revela o custo da destruição da economia

Publicado em 29/01/2020 às 8:56 | Atualizado em 29/01/2020 às 10:11
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  A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) divulgou, ontem, o relatório da Dívida Pública Federal, em 2019, onde se sabe que o Brasil fechou o ano devendo R$ 4,24 trilhões, alta de 9,5% em relação a 2018. É um número extraordinário, uma vez que é o maior da série histórica iniciada em 2004 e porque adverte sobre o longo caminho que teremos que percorrer para pagar a farra que o país fez ao longo de uma década, fiando-se no dinheiro do contribuinte e fazendo com que tenhamos que trabalhar com a perspectiva de refinanciar a dívida com novos financiamentos. No ano passado, a conta ficou assim. Emitimos R$ 738 bilhões em novos títulos e resgatamos R$ 699 bilhões de títulos vencidos. Foi necessário, portanto, emitir mais R$ 39 bilhões para fechar a conta. É ruim, mas já foi pior. Em 2016 (quando Michel Temer assumiu e Henrique Meirelles foi ministro da Fazenda), o País emitiu R$ 149,9 bilhões para refinanciar a dívida que, naquele ano, era de R$ 3,1 trilhões. Em 2015 (último ano do Governo Dilma), o Brasil emitiu outros R$ 149,8 bilhões de uma dívida de R$ 2,7 trilhões. O percentual de rolagem chegou a 119,9%. Em 2008, era de apenas 61,5%. É número demais e grande demais. Mas a mensagem é simples. Estamos pagando o custo da destruição da economia entre 2014 e 2016. A devolução pelo BNDES (R$ 393 bilhões entre 2016 e 2019) do dinheiro transferido pela União para emprestar a juros baixos aos campeões nacionais ajuda um pouco. Só esse dinheiro devolvido reduziu o percentual da dívida sobre o PIB em 6,9%. Se continuar assim, em 2028, chegará em 9,5%. Não é muito, pois este ano a projeção é de fecharmos com uma dívida de R$ 4,75 trilhões. Para a STN, uma coisa que ajudou na redução da tendência de crescimento da dívida foi a queda na Selic, pois os juros pagos pelo governo também caíram muito. Ao longo da última década, houve um aumento significativo do endividamento público e esse indicador tende a acompanhar a evolução da taxa de juros básica da economia. Juros menores querem dizer dívida menor no futuro. Só não foi melhor porque Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Norte e Amapá, além dos municípios de Belford Roxo/RJ e Cachoeirinha/RS, não estão pagando os empréstimos que tomaram com garantia da União. Já são R$ 19,6 bilhões desde 2016; R$ 8,3 bilhões deles só no ano passado.

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