Acredite. A partir de hoje, o brasileiro está vivendo em um país cuja taxa básica de juros é de 2% ao ano. Por força da pandemia do coronavírus, e porque a economia brasileira já vinha caminhando nessa direção, o Comitê de Política Monetária do Banco Central cortou a Selic, em 0,25 ponto porcentual, de 2,25% para 2% ao ano.
Certo, mas isso é bom?, perguntam-se os correntistas aflitos. Na outra ponta, quer dizer que terei que virar expert em finanças pessoais para não perder parte do que guardei e apliquei? Na caderneta de poupança, por exemplo, o atual retorno é de apenas 1,40% a.a., sem descontar a inflação. Já quer dizer que em 12 meses o que está investido é menos que quando foi feito o depósito.
Verdade. Mas essa taxa é maior para quem investe na economia do que quem aplica no mercado financeiro. O objetivo é que, com juros menores, os empresários invistam em novos negócios, gerem mais empregos, para que se retome as atividades produtivas.
E onde o bicho está pegando? Nas dificuldades da economia real e na renda dos brasileiros. O mesmo BC que comemora a taxa de 2% para ajudar os agentes econômicos não teve sucesso na estratégia de fazer chegar o dinheiro emprestado pelo governo às empresas. Falhou na missão e muitas empresas ficaram pelo caminho. No fundo, a verdade é que se o dinheiro tivesse chegado a tempo, 2% de taxa Selic era motivo de festa. No quadro da pandemia, é só mais um remédio no tratamento do paciente. Mas nunca uma vacina.
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