Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
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Inflação

Com pandemia, recifense passou a comprometer mais a renda para comer em casa

O auxílio emergencial também alterou o peso dos itens de consumo no orçamento das famílias da Região Metropolitana do Recife

Leonardo Spinelli
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Leonardo Spinelli
Publicado em 06/11/2020 às 10:48
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Com as pessoas saindo menos para restaurantes, aliado a uma inflação acumulada de 12,94% nos itens alimentícios, comer em casa passou a comprometer mais o orçamento das famílias - FOTO: FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
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Por Leonardo Spinelli, para a coluna JC Negócios 

A variação mensal da inflação no Recife medida pelo IPCA mostra bem o impacto do auxílio emergencial do governo no orçamento das famílias. Em abril, em plena pandemia, mês em que foi aprovado o pagamento dos R$ 600, a variação do mês foi negativa (-0,19%), o mesmo acontecendo em maio (-0,18%). A partir de junho, o índice mensal passa a ganhar força (0,51%) até chegar em outubro a (0,82%), maior resultado para no mês em quase 20 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável por medir o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o indicador oficial da inflação no País. 

O auxílio emergencial também alterou o peso dos itens de consumo no orçamento das famílias da Região Metropolitana do Recife. O destaque, claro, é o grupo de Alimentação no domicílio. Com as pessoas saindo menos para restaurantes, aliado a uma inflação acumulada de 12,94% nos itens alimentícios, comer em casa passou a comprometer mais o orçamento das famílias. Um acréscimo de 7,6% desde o início do ano. Em janeiro esse grupo tinha um peso de 15,3% no orçamento familar. Passou para 16,5% em outubro.

As despesas com Habitação, em menor proporção, também passaram a pesar mais no decorrer do ano, mas se mantendo na casa dos 14% das despesas. O destaque neste grupo é o cimento, cujo o peso no orçamento do recifense subiu 21% (inflação acumulada de 25,6%).

O comprometimento do orçamento com despesas em Artigos de residência também se manteve praticamente inalterado, apesar de que os artigos de iluminação passaram a exigir um comprometimento 10% maior em relação ao início do ano, percentual parecido com despesas relativas a aparelhos de TV, som e informática, itens muito influenciados pela valorização do câmbio. O dólar chegou a ter alta de 40% no acumulado do ano em outubro. A inflação acumulada de artigos de iluminação (14,8%) e aparelhos de TV, som e informática (15,2%) têm um acumulado de dois dígitos no ano.

Vestuário, por outro lado, passou a comprometer menos o orçamento das famílias, numa variação de -4,5%. Transportes também perderam peso nas contas (-4%), assim como os Produtos farmacêuticos e óticos (-5,7%) e Despesas pessoais (-2,6%), que agregam serviços como cabeleiro e empregado doméstico. As despesas com educação, apesar de as aulas terem sido comprometidas pelo isolamento social, se mantiveram com o mesmo peso no conjunto do orçamento, comprometendo 6% das contas das famílias pernambucanas, aponta o IBGE. O mesmo vale para as despesas com comunicação, apesar de que o crescimento das despesas com acessoa internet aumentaram em 9% nos 10 meses de 2020. A inflação acumulada deste serviço no Recife ficou em 12,1%.

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