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Sindicatos de servidores programam eventos para forçar Estado e prefeituras a repor perdas na pandemia da covid-19

O movimento é para forçar que prefeitos e governadores "devolvam" uma parte dos ganhos que todos eles tiveram com a proibição dos reajustes decretada pelo presidente Jair Bolsonaro, uma das poucas leis que nenhum dirigente contestou

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Fernando Castilho

Publicado em 28/10/2021 às 16:20 | Atualizado em 28/10/2021 às 17:34
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Vai ser radical. Depois de dois anos amargando uma perda salarial decorrente da crise de receitas provocada pela parada na economia durante a pandemia da covid-19, as centrais sindicais de servidores públicos, além dos sindicatos municipais, programam uma série de atos, passeatas e greve “por tempo indeterminado”.

O movimento é para forçar que prefeitos e governadores "devolvam" uma parte dos ganhos que todos eles tiveram com a proibição dos reajustes decretada pelo presidente Jair Bolsonaro, uma das poucas leis que nenhum dirigente contestou.

Nesta quarta-feira, depois de apenas uma reunião com a prefeitura, o Sindicato dos Servidores Municipais do Recife decretou uma greve por tempo indeterminado, na primeira grande reação contra a gestão do prefeito João Campos.

O prefeito João Campos, por sua vez, tentou reduzir o impacto anunciado o pagamento de um bônus para os professores, mas além da greve, o Sindsepre programa para esta sexta-feira (29) uma grande mobilização na Câmara Municipal, rejeitando qualquer proposta da PCR que não cubra a defasagem da inflação. A prefeitura até agora ofereceu apenas 1,02%.

A manifestação dos servidores da Prefeitura do Recife, que fora surpreendida com a aprovação em tempos recorde pela Câmara do Recife do novo plano de previdência da PCR, deve crescer depois que a gestão anunciou que vai contratar uma empresa para gerir o regime de previdência dos servidores, mesmo com o Reciprev tendo uma estrutura própria.

O Reciprev cuida da previdência da Prefeitura e a intenção da prefeitura é terceirizar a gestão. Os sindicatos acham que não faz sentido e prometem reagir.

A programação de atos, passeatas e greve dos servidores dos municípios está fundamentada da ideia de que Estados e municípios recompuseram suas receitas e podem pagar as correções.

Na ultima terça-feira, os Policiais Civis de Pernambucano realizaram uma manifestação pelas ruas do Recife. O ato, que teve concentração na sede do SINPOL-PE, no bairro de Santo Amaro, reivindicou reajuste salarial e valorização das funções da categoria e tentativa de sensibilizar o governo, de discutir com a categoria. Segundo o presidente do Sinpol, Rafael Cavalcanti, o atual cenário financeiro de Pernambuco é o melhor desde 2008.

É uma situação curiosa, pois além dos estados, os prefeitos estão também com mais dinheiro. No mês de junho, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) recebeu questionamentos de prefeitos e demais gestores municipais sobre o inusitado crescimento do Fundo de Participação dos Municípios (FMP), como a última transferência, superior em mais de 100% em relação a 2020 e a maior desde 2003.

Segundo a CNM, essa surpresa se deu pelo bom desempenho da arrecadação do Imposto de Renda (IR), a estimativa é de que o adicional viabilizado pela Emenda Constitucional do repasse extra do 1º do FPM – entrará nas contas das prefeituras aproximadamente R$ 4,9 bilhões.

 

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