Em vídeo enviado à cerimônia de entrega do prêmio honra ao mérito nuclear, organizado pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (Abdan), na semana passada, o ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, confirmou que, além de Angra 3, o Brasil terá uma nova usina nuclear indicada no Plano Decenal de Energia (PDE) 2031.
Os estudos em busca de um local para a construção do projeto já começaram e para o presidente da Abdan, Celso Cunha , em meio ao cenário de crise hídrica, a implementação de uma nova térmica nuclear na região Sudeste poderia ajudar na recuperação dos reservatórios ao longo dos próximos anos.
O ministro está em Glasgow (Escócia), para a Conferência da COP-26, mas antes de viajar gravou o depoimento.
Em 2011, um estudo da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, apontou a região de Itacuruba, no sertão pernambucano, como possível sítio para uma nova central nuclear, devido à baixa densidade populacional e à proximidade do rio São Francisco, cujas águas seriam usadas para resfriar os reatores.
Entretanto, o projeto enfrenta resistência de ambientalistas que alegam que em 1988 quando Pernambuco escreveu sua constituição incluiu a proibição de uma térmica nuclear no seu território.
O plano voltou a ser defendido recentemente pelo governo federal, em meio à busca de alternativas para a crise energética. Os opositores ao projeto da usina temem prejuízos a comunidades indígenas e quilombolas da região, além de danos ambientais.
Em agosto, a ministra Rosa Weber, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, julgou procedente o pedido para declarar a inconstitucionalidade do inteiro teor do art. 216 da Constituição do Estado de Pernambuco. O artigo proíbe a instalação de usinas nucleares no estado.
A decisão veio num momento em que articulações políticas tentam viabilizar a instalação de uma unidade do tipo em Itacuruba.
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) foi proposta pelo Procurador-Geral da República, Augusto Aras. No artigo 216 da Constituição do Estado de Pernambuco, declara-se: "Fica proibida a instalação de usinas nucleares no território do Estado de Pernambuco enquanto não se esgotar toda a capacidade de produzir energia hidrelétrica e oriunda de outras fontes".
Em 2011, foi realizado um estudo pela Eletronuclear (subsidiária da Eletrobras). Nele, apontou-se Itacuruba, localizada no Sertão pernambucano, como possível local para instalação de uma nova central nuclear.
Isso acontece por causa da densidade populacional e da proximidade do rio São Francisco, cujas águas poderiam ser usadas para resfriar os reatores nucleares. Críticos ao projeto, porém, apontam possíveis danos ambientais e prejuízos às comunidades indígenas e quilombolas da região.
Em Pernambuco o engenheiro Carlos Henrique da Costa Mariz afirma que uma central nuclear de Itacuruba, em Pernambuco, seria um importante projeto para segurança energética da região Nordeste, sustentável e com grande impacto no desenvolvimento regional.
A geração de energia elétrica no mundo é predominantemente de energia térmica, incluída a nuclear. Verifica-se que da produção total de eletricidade 40% é proveniente do carvão mineral, 23% de gás natural, 16% de hidroelétricas, 11% de nuclear, 5% de petróleo e o restante de eólica, solar e outros .
Para eles as termelétricas são confiáveis, não dependem do clima e operam sobre completo controle dos operadores enquanto que as renováveis dependem do clima. As pressões ambientais ligadas ao clima vem mudando esse perfil aceleradamente.
A energia nuclear exerce um papel fundamental para concepção de uma matriz equilibrada, fornecendo segurança energética. Existem no mundo 444 usinas nucleares em operação, 54 em construção, 111 em aprovação e mais 330 em planejamento.
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