Policiais, professores e praticamente todas as demais categorias de servidores públicos de Pernambuco, aliás de quase todos os estados, já definiram um calendário apertado de manifestações publicas e pedidos de reuniões com a secretária de Administração, Marília Raquel Simões Lins para definir, o mais depressa possível, o percentual de reajuste das categorias.
Faz sentido. Há dois anos o contracheque dos servidores é igual sem nenhum tipo de reajuste decorrente da lei Lei Complementar (LC) 173/2020 que congelou por dois anos qualquer reajuste no serviço público brasileiro.
Além disso, como este ano há prazo de concessão de reajustes devido as eleições nos estados se abriu desde sábado uma corrida contra o tempo para que ainda em janeiro ou fevereiro o Estado conceda um reajuste de salários.
Policiais que partiram na frente se queixam de que o Governo já poderia ter voltado à mesa de negociação de modo que os reajustes fossem negociados este mês o que não aconteceu. Mas os professores também pretendem forçar uma negociação até o final de janeiro com o argumento de não iniciar o ano letivo marcado para 7 de fevereiro. Os servidores da Saúde também prometem pressionar pela definição de uma correção o mais depressa possível.
Com o caixa turbinado, governadores que concorrem a um novo mandato estão susceptíveis a conceder reajustes. Em alguns estados os percentuais foram previamente definidos. Mas este ano é o caso de Pernambuco que oficialmente não começou nenhuma negociação o que tem irritado as lideranças sindicais, ligadas à CUT que passaram dois anos sem se apresentar junto aos associados o que caba levando a um forte desgaste.
Uma posição radical na mesa de negociação será também uma forma de afirmação das lideranças algumas delas próximas de novas eleições embora dificilmente as chapas não sejam correntes ligadas a Central Única dos Trabalhadores ligada ao PT.
E Pernambuco, de fato, está em melhores condições a maioria dos estados. A performance financeira do Governo lhe permitiu não apenas antecipar seu pedido de mudança da capacidade de pagamentos junto a STF ainda 2021, como a retomada da economia deve permitir um crescimento de receitas próprias o que para os servidores é condição de conceder reajustes maiores.
Entre janeiro de 2020 as despesas de pessoas ficaram em torno de R$ 12 bilhões quando a receita passou de R$ 25 bilhões para R$ 30 bilhões.
Percentualmente foi uma queda importante nas despesas de pessoal. Em abril de 2020 o percentual de comprometido era de 47,33%. Em outubro esse percentual caiu para apenas 40,24% quando o limite é de 46,50% segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal
Os servidores acreditam que desta vez o governador Paulo Câmara não pode mais usar o discurso de falta de dinheiro no caixa até porque está também envolvido num programa de anúncio de obras que o faz toda semana ir ao interior inaugurara trechos de obras ou construção de novas estradas no Estado.
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