A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciou nesta quarta-feira, 2, que elevará a oferta da commodity em 400 mil barris (bpd) em abril. O número é simbólico pois a Opep+ produz, por dia, 41.694 milhões de barris/dia.
Mas quem for procurar no site da instituição vai ver que não há qualquer referência ao conflito da Rússia com a Ucrânia de modo que é preciso interpretar o que está no texto da nota que anuncia o aumento da produção. Certamente, porque a Rússia faz parte do grupo de 10 países identificados na Opep com o sinal de +.
Diz apenas que a Organization of the Petroleum Exporting Countries - OPEC (Organização dos Países Exportadores de Petróleo - OPEP na tradução livre) ao “reconfirmar o plano de reajuste da produção e o mecanismo de reajuste mensal da produção aprovados na 19ª Reunião Ministerial e a decisão de reajustar a produção global mensal em 0,4 mb/d para o mês de abril de 2022”.
E que a instituição resolveu “reiterar a importância crítica de aderir à plena conformidade e ao mecanismo de compensação aproveitando a prorrogação do período de compensação até o final de junho de 2022.
Ao “reajustar a produção global mensal em 0,4 mb/d a Opep está falando em bom português que está ampliando em mais 400 mil barris por dia. O que diante da produção de 41.694 milhões de barris/ dia não é absolutamente nada.
Nem mesmo quando se toma os 10 países membros da organização e que juntos produzem 25. 315 milhões de barris/dia.
O gesto é, portanto, simbólico e um sinal que a instituição está muito preocupada embora para sua diretoria e membros dirigentes eles não estejam ainda tratando oficialmente disso.
Para entender um pouco do gesto a Opep é importante pegar outra informação disponível no site da OPEC.
Está ali, a informação assustadora de que o mesmo barril de petróleo que no dia 20 de dezembro 2021 estava cotado a U$ 70, 94 fechou o dia 1º de março em exatos U$ 103,89 o que independentemente da guerra se prolonga ou não já desorganizou a economia internacional.
O crescimento do preço do barriL do petróleo em apenas 70 dias foi de astronômicos US$ 32,95 suficientes para derrubar qualquer perspectiva de crescimento. O mundo não está preparado para um crescimento de preços tão grande em tão pouco tempo.
O gesto da OPEP é importante, mas muito mais efetivo foi o fato de os 31 Estados-membros do Conselho da Agência Internacional de Energia (AIE) concordaram nesta terça-feira (1), com a liberação de 60 milhões de barris de petróleo de suas reservas emergenciais ao mercado, de forma a "enviar uma mensagem unificada e forte aos mercados globais de que não haverá déficit de suprimento como resultado da invasão da Ucrânia pela Rússia",
Como disse a AIE no seu comunicado, a liberação dos barris corresponde a cerca de 4% de toda a reserva dos países que compõem o grupo - de 1,5 bilhões de barris - e deve ser lançado ao mercado a um ritmo de cerca de 2 milhões de barris por dia (bpd) por um mês.
O importante dessa movimentação tem a ver com o fato de que a Rússia com seus 10,436 milhões de barris/dia faz parte do grupo dentro da instituição classificado como “Non-OPEC” e que juntos produzem um total de 16,379 milhões de barris de petróleo/dia.
Esse grupo é formado pelos 10 países fundadores a organização são Argélia, Angola, Congo, Guiana Equatorial, Gabão, Iraque, Kuwait, Nigéria, Arábia Saudita e União Africana. Sozinho eles produzem 25.315 milhões de barris de petróleo/dia.
Os outros 10 países “Non-OPEC” são Azerbaijão, Bahrein, Brunei, Cazaquistão, Malásia, México, Omã, Sudão, Sudão do Sul e Rússia que juntos produzem 16,379, milhões de barris/dia
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