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Defasagem média no preço da gasolina chega a 30% e aumento forte da Petrobras se torna inevitável. No diesel, diferença já é de 40%

Na média, existe uma defasagem de preços de -R$1,41/litro na gasolina, dependendo do porto que recebe o combustível, e de até R$ 2,49/litro nos preços do óleo diesel

Fernando Castilho
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Fernando Castilho
Publicado em 10/03/2022 às 0:00 | Atualizado em 10/03/2022 às 16:20
FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
Desde o dia 12 de janeiro que os preços da Petrobras estão congelados. - FOTO: FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM
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Com o barril do petróleo sendo vendido a U$ 129,00 no mercado internacional e com o dólar cotado em R$ 5,09 no Brasil, a pressão sobre a Petrobras para que reajuste seus preços está se tornando cada vez maior dentro da empresa.

Hoje, os preços domésticos, no caso do óleo diesel, querem dizer que o prejuízo da estatal é de R$ 2,49/L desde o último reajuste, e 1,38/L no caso da gasolina, comparada ao mercado internacional e do câmbio.

Nesta quarta-feira (9), completam-se 56 dias desde o último aumento, de modo que de lá para cá, essa diferença tem sido bancada pela empresa, que resiste a repassar para os seus preços na refinaria o aumento do preço do petróleo no mercado internacional.

Como atualmente nenhuma importadora de combustível está comprando combustíveis no exterior, as distribuidoras estão comprando gasolina e óleo diesel apenas da Petrobras.

Para se ter uma ideia do problema, basta dizer que no dia 12 de janeiro (quando ocorreu o último aumento), o preço do barril do petróleo custava US$ 84,35. Ontem, última cotação disponível na OPEP+, ele estava custando US$ 127,93.

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis – Abicom, entidade que reúne atualmente nove importadoras com atuação em todo o território nacional, hoje as diferenças para óleo diesel e gasolina sustentam cenário de arbitragens negativas, inviabilizando operações de importação.

Isso faz com que a Petrobras - que em tempos normais chega a importar até 20% do consumo nacional - esteja sendo obrigada a importar os 35% necessários para suprir o mercado, já que a produção de suas refinarias chega a apenas 65% do consumo nacional.

Foto: Divulgação
Nova unidade é responsável pela produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás - Foto: Divulgação

Segundo dados da Abicom, a situação torna-se mais desfavorável dependendo do porto por onde o combustível entra no Brasil. Na média, é de -R$ 2,54/L, mas varia entre -R$ 2,75/L em Santos (SP) e R$1,63/L em Aratu (BA). Pelo Porto de Suape, a defasagem no preço do óleo diesel chega a R$ 2,71.

A situação não melhora na gasolina, que na média tem uma defasagem de -R$ 1,41/L. Também variando entre -R$1,61/L no Porto de Araucária (PR) a -R$0,62/L no porto de Aratu (BA).

Esse cenário quer dizer que nos próximos dias a Petrobras terá que tomar a decisão de reajustar os preços dos combustíveis importados.

Guerra Rússia x Ucrânia

Com o agravamento da crise na Rússia, a tendência é que os preços do barril do petróleo continuem a subir.

Por outro lado, as pressões sobre a Petrobras continuam aumentando com notícias de que o Governo vai colocar no conselho da empresa novos representantes da União com a missão de alterar a estratégia da empresa brasileira.

Desde 2017 que a Petrobras mantém uma paridade entre o preço do barril do petróleo e o mercado interno para fixar seus preços no setor de combustíveis.

Até 2020, os preços estiveram entre US$ 40 (em 2016) e US$ 70 em 2018, voltando a US$ 40 em 2020. Isso permitiu à Petrobras fazer grandes importações de combustíveis, enquanto reduziu sua produção interna.

O quadro começou a mudar em 2020, quando começou a subir já em janeiro daquele ano, chegando a US$ 93 no dia 1º de janeiro - quando começaram as ameaças da Rússia de invadir a Ucrânia - até chegar a US$ 128, nesta quarta-feira.

Cão é resgatado em plataforma de petróleo. — Foto: Vitisak Payalaw via AP
Cão é resgatado em plataforma de petróleo. — Foto: Vitisak Payalaw via AP - Cão é resgatado em plataforma de petróleo. — Foto: Vitisak Payalaw via AP

 

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
PESADO Para ajustar ao preço internacional, gasolina subiria R$ 1,38/litro - FOTO:FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

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