Presos em suas casas, assustados com a perspectiva de contaminação e sem ter como dividir essa angústia, os brasileiros foram às ruas e as empresas de adoção buscar um animal de estimação para ajudar em enfrentar os meses de isolamento.
Dois anos depois e com as atividades voltando ao normal, os cuidados com os animais de estimação aumentaram no país. Levantamento do Instituto Pet Brasil (IPB), lançado no começo do mês registra alta de 27% do faturamento em 2021 de produtos, serviços e comércios no setor, atingindo R$ 52 bilhões.
Foi uma movimentação extraordinária de empatia que outro estudo, o Euromonitor International, colocou o Brasil um degrau a mais no rankong mundial se consolidando como sexto maior mercado pet do mundo.
O país já é o segundo mercado mundial de alimentos para cães (34 milhões, em 2018, segundo o Pet Brasil) e terceiro de alimentos para pets, atrás de Estados Unidos e China. É um mercado ainda por descobrir.
A movimentação deste segmento também mostra um cenário otimista para o investimento de pequenas e médias empresas na área, já que dados do IPB ainda apontam que 48% do mercado, principalmente a parte de vendas, é impulsionado pelos pequenos empreendedores.
Ele vai de franquias especializada em banho e tosa por aplicativo do Brasil a seguros e planos de saúde.
Segundo dados da Susep (Superintendência de Seguros Privados) As seguradoras que oferecem esse tipo de plano faturaram R$ 14,8 milhões em produtos que vão de simples seguros saúde a risco de perdas e sequestros.
Nascida em 2021, durante a pandemia da Covid-19, a empresa Doggi cresceu no setor buscando atender a necessidade de levar comodismo e facilidade para o dia a dia dos tutores de cachorros.
Segundo Rodolfo Calvo, fundador e CPO da Doggi, o segmento precisa de diferenciais que atendam às necessidades de quem precisa dos serviços para os animais. “A maioria dos players desta área não disponibilizavam um aplicativo que facilitasse o agendamento de serviços, raramente havia a opção de marcar múltiplos cuidados no mesmo dia.
Em 2020, o mercado pet no Brasil faturou, R$ 40,8 bilhões, ocupando o 3º lugar de país que mais movimenta o setor no mundo. Este ano, a estimativa é de se aproximar dos R$ 52 bilhões.
E ele está muito além do mercado de rações, vacinas e remédios. De acordo com União Internacional Protetora dos Animais (UIPA), a procura por adoção de pets aumentou 400% durante os primeiros meses da pandemia.
Para aliviar a solidão do isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19, houve um aumento na adoção de animais de estimação entre os brasileiros. Uma consequência direta desse comportamento é que os gastos com os cuidados com esses pets também cresceram.
No Brasil. entre 2020 e 2021, houve um salto de 129%. As informações são do Domestic View 2022, estudo realizado pela Kantar, líder em dados, insights e consultoria.
Com a chegada de um novo companheiro, as famílias tiveram de adaptar seus orçamentos. As casas com animais de estimação passaram a gastar menos com alimentação dentro do lar (34%) do que aquelas sem bichinhos (37%). Também reservaram uma quantia menor para custos com serviços públicos – 13% versus 14%.
A cadeia produtiva dos serviços vai dos cuidados básicos com os animais, como banho, tosa - no caso dos cachorros -, hotéis para animais, cuidados médicos, recreativos e muitos outros serviços que podem ajudar na saúde e no bem-estar do animal.
A alta demanda de cuidados e serviços não são supridas pelas grandes varejistas, desta forma, o pequeno empreendedor ganha destaque para atender o que o animal e o seu tutor precisam.
De acordo com um levantamento do Sebrae em 2021, o número de microempreendedores individuais (MEIs) no mercado pet cresceu 46% no segundo semestre do ano passado. Só o setor de PMEs cresceu 39% no mesmo período, alcançando 80 mil empresas pelo país.
Esse movimento acabou pelo reconhecimentor a importância dos animais na vida social dos clientes com seriedade é ampliar o caminho para mais relacionamentos e vendas. E isto tem relação com uma mudança cultural sobre o papel dos pets nas famílias.
Um outro estudo da empresa de analytics Decode revelou que as indústrias hoteleira e de turismo têm feito um trabalho interessante nesse sentido, abrindo suas portas para bichinhos domésticos.
Se a busca por termos como "hotel pet friendly" aumentou 238% na hora de realizar uma reserva on-line, a expressão "como levar cachorro no avião" nos mecanismos de busca teve incremento de 170% entre 2020 e 2021.
Mas nem tudo vai bem. O Brasil possui cerca de 30 milhões de animais abandonados por ano. O dado, que assusta, é da Organização Mundial de Saúde (OMS), e mostra o quanto essa realidade pode ser cruel com cães e gatos. Na contramão do abandono, ONGs e instituições de acolhimento somam hoje 370.
No Brasil a Organnact, empresa que atua há mais de 30 anos oferecendo suplementação, deu início ao projeto Ciranda de Carinho. O projeto destinou R$ 1 milhão em produtos, já ajudou instituições em 152 cidades do Brasil e ofertou cerca de dez mil produtos, em sua maioria suplementos. “A suplementação é uma forma de oferecer mais segurança aos animais e, consequentemente, aos cuidadores.
“A gente entende que como marca temos o compromisso de oferecer recursos e ferramentas para minimizar as dificuldades e obstáculos pelos quais os cuidadores passam, explica Nathália Tonet, gerente de marketing da Organnact.
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