Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Por Fernando Castilho
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Otimismo de Bolsonaro com combustível da Rússia não tem como se realizar

Importações da Rússia se tornaram impossíveis por causa das restrições devido à invasão da Ucrânia

Fernando Castilho
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Publicado em 12/07/2022 às 19:03 | Atualizado em 13/07/2022 às 0:09
EVARISTO SA / AFP
Jair Bolsonaro ainda acredita que o Brasil poderá imprtar combustivel da Rússia. - FOTO: EVARISTO SA / AFP
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Apesar do otimismo do presidente Jair Bolsonaro, manifestado na manhã desta terça feira (12) quando afirmou que estava quase acertado a importação de gasolina e óleo diesel da Rússia, a realidade no mercado financeiro internacional é bem diferente.

Até agora, as negociações com a Luckoil não puderam avançar porque não tem como ter correspondência internacional com os bancos brasileiros e até estrangeiros por causa das restrições de operações com bancos russos.

Isso porque apesar da parte da empresa russa não ter quaisquer problemas, inclusive de disponibilidade de navios, há a questão das restrições que a Rússia está submetida devido à guerra da Ucrânia, que causou a retirada do país do sistema Swift.

Isso quer dizer que bancos brasileiros como BB, BTG, Itaú, Safra, Santander e Bradesco não podem fechar os contratos de câmbio sob penas de serem punidos.

Desde que a embaixada do Brasil em Moscou começou a atuar no sentido de que as importações se tornassem possíveis, a questão do fechamento da operação financeiro se tornou um impedimento sério.

Sem que essa questão seja resolvida, não tem como se falar em combustível russo.

A única opção possível seria uma triangulação dessa importação com a China, mas existe também riscos. O Brasil teria através do Governo fazer um acordo com bancos da China, que cobram caro para isso o que torna a operação antieconômica.

Na prática, a Rússia teria que fazer uma simulação de exportação para a China e esta ao Brasil. Os problemas é que isso tem custo financeiro além de ser mais um problema político internacional entre o Brasil e os demais países fora os do BRICs.

Dessa forma,  as conversas que foram iniciadas no começo de junho foram paralisadas. Uma importação de gasolina e diesel ainda tem o poder de criar mais problemas para o Brasil na comunidade internacional.

No caso dos bancos brasileiros, o problema é mais sério porque eles têm ações negociadas em Bolsa alguns em NYSE, o que seria objeto automático de questionamento.

Dessa forma, as possibilidades de importação se tornaram inviáveis. De forma discreta, Abicom e o IBP já colocaram essas questões.

Hoje, apenas as importações de combustíveis da Petrobras vindas da Índia estão asseguradas.

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